Nesta semana, o projeto eco-cultural e socioeducativo Rios de Encontro, do bairro Cabelo Seco, realizou uma avaliação do seu projeto eco-pedagógico ‘Raízes de Autonomia’ com Fábio Rogério, diretor de Ensino Urbano da Secretaria Municipal de Educação. O Festival de Verão, que acontece neste final da semana, praticará os mesmos valores e os resultados fazem parte da preparação para a turnê europeia que o projeto realizará em setembro e outubro deste ano para promover eco-pedagogia como uma base chave para defender Amazônia no mundo.
Manoela Souza, gestora cultural do projeto, explicou como o projeto piloto foi idealizado para cultivar autonomia nos jovens oficineiros, e raízes afro-amazônicas em quatro escolas parceiras, através de dois meses de oficinas de dança, percussão, flauta e vídeo e criação de hortas com plantas medicinais. “A roda foi sensacional. Os depoimentos do AfroRaiz têm autoridade e sensibilizam porque refletem uma década de experiência própria de como superar os desafios na educação e nas famílias excluídas. É evidente que Rios de Encontro oferece uma formação que cultiva escuta com respeito, protagonismo juvenil, integração das artes como métodos encantadores de aprendizado e ensino e compromisso com direitos humanos. Vamos integrar essas práticas na formação de nossos professores”, antecipou Fábio Rogério.
Ligia Amaral, da Escola Irmã Teodora, elogiou os dois meses de oficinas que fortaleceram o Projeto Conexão Afro já existente na escola e acabaram contagiando toda a comunidade escolar. “De repente, alunos abraçaram seus cabelos cacheados e suas raízes afro através da dança e percussão, capazes de explicar que macumba é um instrumento africano com séculos de civilização, e não algo ruim. Respeito pela diversidade e liberdade de ser viraram cultura do pátio. AfroRaiz tocou essas questões com cuidado nas oficinas no quadro e apresentações na praça. E ainda formou um coletivo na escola, capaz de sustentar o projeto com autonomia”.
Leia mais:As diretoras das escolas Darcy Ribeiro, Basílio Miguel e Paulo Freire destacaram o significado pedagógico de jovens arte-educadores capazes de empatizar com alunos desmotivados, deprimidos e até se mutilando. Reconheceram o potencial das artes para lidar com questões sensíveis de raça e gênero e motivar alunos estudarem ciência, geografia e história e saúde integral, através da horta medicinal.
Katrine Neves, Camylla Alves, Rerivaldo Mendes, Evany Valente, Emmily Neves e Elisa Dias de AfroRaiz completaram a roda com seis depoimentos bem pessoais e detalhados que valorizaram a auto-aceitação cultural, paciência na transformação de preconceitos culturais e criação de pedagogias com crianças. Porém afirmaram a importância de espaços adequados na escola para criar estes ambientes de descolonização e vida sustentável.
Manoela Souza convidou as diretoras e a SEMED a participarem no 5º Festival de Pipa, neste sábado. “Usamos a criação da pipa tanto como método de desenvolver matemática e física, quanto para valorizar e defender a beleza da Amazônia. Marabá é bem vinda a participar dessa eco-pedagogia popular as 15 horas deste sábado”.