Correio de Carajás

Pará registra 1.314 mortes por hepatites em 17 anos

Nos últimos 17 anos, de 2000 a 2017, foram 1.314 pessoas que morreram vítimas das hepatites virais no Pará do total de 70.671 em todo o Brasil. Já nos últimos 19 anos, de 1999 a 2018, o Estado teve 14.314 casos confirmados de hepatites A, B, C e D da totalidade de 632.814 registrada no País. Ainda hoje no Brasil mais de 500 mil pessoas convivem com o vírus C da hepatite no Brasil e ainda não sabem, uma vez que a doença é silenciosa e geralmente não apresenta sintomas até que atinja maior gravidade.

Os dados constam no novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado nesta segunda-feira (22), pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ainda de acordo com os números, no Pará, das 1.314 pessoas que morreram 88 foram de hepatite C, 324 do tipo B da doença, 85 de hepatite A e 24 do tipo D. Já dos 14.314 casos confirmados de hepatites no Pará, 8.887 deles são do tipo A, 3.756 do tipo B, 1.608 do tipo C e 63 casos são de hepatite D.

Para o Ministério da Saúde (MS), a publicização dos dados faz parte da estratégia de prevenção das atividades do Julho Amarelo, ação que visa prevenir as hepatites A, B, C, D e E. Agora, nas vésperas do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, comemorado no próximo domingo (28), o MS também alerta para a importância do diagnóstico e tratamento da doença.  Desde janeiro deste ano, segundo o MD, foram enviados para todos os estados brasileiros 24 mil tratamentos completos para hepatite C. A expectativa é que cerca de 50 mil pessoas com infecção pelo vírus C sejam tratadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda neste ano.

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Julho Amarelo oferece ações de combate às hepatites

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém, o órgão realiza constantemente ações no combate às hepatites como principal ferramenta para a prevenção e a importância do diagnóstico precoce. Neste Julho Amarelo a Sesma faz ações de prevenção e testagem pela Estratégias Saúde da Família (ESF) Aeroporto, na Praia do Chapéu Virado (Mosqueiro), nesta quinta-feira (25).

Pela ESF e Unidade Municipal de Saúde (UMS) Cotijuba, no trapiche e na Praia do Vai Quem Quer, nesta sexta-feira (26). Pela ESF Águas Lindas, na Praça Nova Águas Lindas, no sábado (27). No domingo (28), a Sesma apoia a Parada LGBT, em Mosqueiro, com ação de prevenção.

“Por meio de orientação e prevenção, a Sesma sensibiliza a população sobre os riscos com o uso de alicates, tesouras, seringas, lâmina de barbear e outros objetos perfuro cortantes, quando há o compartilhamento”, destaca a Sesma.

A Sociedade Brasileira de Hepatologia promove ação de testagem rápida no Teatro da Paz, na avenida Presidente Vargas, em Belém, no próximo domingo (28), das 8h às 17h.

Especialistas e profissionais da área da saúde vão atender a comunidade e realizam exames com resultados em poucos minutos, além de triagem, atendimento médico e orientações sobre as doenças.

Pessoas com resultado positivo (reagente) para a hepatite B ou C serão encaminhadas instantaneamente a centros de referência em hepatologia para exames. Serão ainda acompanhadas por uma Organização Não-Governamental para iniciar o tratamento adequado.

Tipos da doença

Segundo especialistas, as hepatites virais são doenças infecciosas causadas por vírus que comprometem a saúde e o funcionamento do fígado, principalmente, além de comprometer outros órgãos da pessoa. Existem três tipos mais frequentes da doença, transmitidas o todo tempo: A, B e C.

A hepatite A é a mais comum e transmitida por água e alimentos contaminados e por meio do convívio íntimo entre os casais, e também por meio de objetos contaminados sendo este menos frequente.

Já as hepatites B e C são transmitidas por meio de fluídos orgânicos. A doença tipo B poder ser transmitida por todos eles incluindo a saliva, como pelo beijo, e pelo contato sexual, objetos contaminados com sangue, por exemplo, material de manicure e de tatuador, como alicate, agulha, seringa e outros.

A hepatite C é transmitida, principalmente, através de sangue. Ambas (B e C) são mais perigosas do ponto de vista do número de pessoas comprometidas e têm característica silenciosa, pois a pessoa não percebe que está doente, mas está destruindo seu fígado de forma lenta e transmitindo a doença para outras pessoas.

A ação sem a manifestação de sintomas pode ocorrer por décadas e, quando o diagnóstico é feito tardiamente, o paciente pode apresentar quadro avançado de cirrose ou câncer no fígado.

Sintomas

Os sintomas podem surgir de 15 a 45 dias após contato com o vírus e, geralmente, causam pele e olhos amarelados, além de urina escura e fezes claras.

Prevenção

A principal e mais segura forma de evitar as hepatites é por meio da vacinação. Há vacina contra a hepatite B disponível nos postos de saúde para pessoas de todas as idades. Além de vacina contra a hepatite A para crianças de 12 meses até cinco anos. Quem toma vacina contra a hepatite B fica protegido com a hepatite D. Ainda não existe vacina contra a hepatite C. Além disso, a vacina para A e B estão disponíveis na rede privada.

Em Belém, o teste rápido para hepatites virais, em especial B e C, está disponível no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na avenida Tamandaré, nas Unidades Municipais de Saúde (UMS) e nas Estratégias Saúde da Família (ESF). A descentralização deste serviço reforça o trabalho da Sesma para a notificação, diagnóstico e tratamento dos casos de hepatites virais.

As vacinas estão disponíveis para hepatite B nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). É necessário tomar as três doses da vacina. Apenas uma dose não imuniza o usuário.

(O Liberal)