Os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, terão competições de surfe pela primeira vez, e os atletas brasileiros estão na corrida por quatro das 40 vagas para a competição. E o circuito mundial de surfe, cuja quinta etapa começa amanhã (20), em Saquarema, no litoral fluminense, é a principal porta de acesso à Olimpíada.
Dez das 20 vagas masculinas e oito das 20 femininas serão distribuídas de acordo com a colocação no circuito mundial. Cada país só poderá enviar dois atletas para cada categoria.
Bicampeão mundial e atual detentor do título do circuito, Gabriel Medina está hoje fora da zona de classificação, no 12º lugar, e atrás de dois brasileiros (Filipe Toledo e Ítalo Ferreira). Ele espera um bom resultado em Saquarema para engrenar no circuito, que tem 11 etapas.
Leia mais:“Este ano é importante e, para mim, um pouco mais porque estou defendendo o título mundial e, claro, estou focado na vaga para a Olimpíada. Todo mundo quer essa vaga e vai lutar por isso. Agora é trabalhar e focar em etapa por etapa. Essa perna australiana [três das quatro primeiras etapas foram na Austrália] tem sido uma pedra no meu sapato. Todo ano é um ano difícil lá. Saí com dois resultados ruins lá e agora não posso errar”, afirmou o paulista de Maresias, de 25 anos.
O campeão da etapa de Saquarema no ano passado, Filipe Toledo, está na sexta colocação no Mundial deste ano, atrás de Ítalo, mas ainda na zona de qualificação.
Além de buscar um título mundial inédito, Filipe também está focado na vaga olímpica. “O que está acontecendo agora [surfe como modalidade olímpica] é muito bom para o esporte, para os atletas e para a próxima geração”, disse o paulista de 24 anos, nascido em Ubatuba.
Mulheres
Doze brasileiros disputam uma vaga olímpica masculina no circuito mundia. e duas brasileiras tentarão garantir um lugar entre as oito melhores do circuito. Uma delas é Tatiana Weston-Webb, filha de brasileira, nascida em Porto Alegre, mas moradora do Havaí, que competiu boa parte de sua carreira pela bandeira do arquipélago norte-americano e apenas em 2018 passou a defender as cores verde e amarelo.
“Sempre foi um sonho meu competir na Olimpíada”, disse a surfista de 23 anos, que atualmente ocupa a nona posição no ranking. “Estou bem orgulhosa de representar o Brasil.”
A outra brasileira no circuito é Silvana Lima, de 34 anos. Apesar de ter perdido duas das quatro primeiras etapas do circuito por causa de uma contusão, a cearense de Paracuru ainda sonha com uma vaga olímpica. “Foram os dois joelhos. E vem todo aquele pensamento de que tem que começar tudo de novo, do zero. Foram sete meses de muita força de vontade. Estou muito feliz de estar de volta”, disse a atleta, que está na 14ª posição.
A etapa de Saquarema será disputada na Praia de Itaúna. As outras vagas olímpicas serão distribuídas nos Jogos Mundiais de Surfe da Associação Internacional de Surfe (ISA), deste ano e de 2020, e nos Jogos Pan-Americanos deste ano, em Lima, capital peruana.
(Agência Brasil)