Preso no ano passado sob suspeita de ter matado Wanderson André Dourado, Manoel Pereira da Silva Filho, ex-militar do Exército Brasileiro, foi pronunciado neste mês por este crime e também pela morte de Francielton de Lira Rocha, assassinato praticado alguns meses antes, no mesmo ano. A Polícia Civil elucidou a morte de Francielton após Manoel ser apontado como o assassino de Wanderson. As duas execuções ocorreram no Núcleo São Félix, em Marabá.
Isso quer dizer que caso as pronúncias sejam mantidas, Manoel irá a dois julgamentos pelo Tribunal do Júri, no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes. Ele está preso desde o último 24 de setembro.
Em relação à morte de Wanderson, cuja pronúncia foi sentenciada no último dia 10 pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal de Marabá, a denúncia do Ministério Público do Estado do Pará aponta que no dia 23 de junho de 2018 Manoel efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima porque esta estava mantendo relacionamento amoroso com a ex-companheira do acusado.
Leia mais:Durante as audiências, várias testemunhas informaram saber que Wanderson estava se relacionando com a ex-companheira de Manoel e que a vítima vinha recebendo ameaças de morte por telefone. A própria mulher informou que estava separada do acusado há um ano e meio e que trocava mensagens com a vítima, além de terem saído juntos no dia do crime.
Ela mesma relatou que anteriormente se relacionava com Francielton, morto a tiros em 16 de janeiro de 2018, da mesma forma que Wanderson. Em relação a este caso, Manoel foi pronunciado ontem, terça-feira (23), pelo mesmo juiz. A denúncia do MP aponta que a Polícia Civil investigava se o motivo da morte poderia ser o envolvimento de Francielton com algumas mulheres.
Enquanto seguiam a investigação, ocorreu o assassinato de Wanderson e rapidamente surgiram comentários no bairro de que o autor de ambos seria a mesma pessoa. A investigação apontou, então, que os dois tinham em comum o mesmo passado: terem se relacionado com a ex de Manoel. No caso com Francielton, conforme a própria mulher, poucas pessoas sabiam do relacionamento entre os dois.
DEFESA
Em ambos os casos, interrogado, Manoel Pereira da Silva nega ter matado as vítimas. No processo acerca da morte de Wanderson e nas duas situações alegou ser separado amigavelmente da mulher, não gostar mais dela e não sentir ciúmes.
Procurado pelo Portal Correio de Carajás, o advogado Odilon Vieira Neto, que atua na defesa do acusado, fez a seguinte declaração:
“Respeitamos a decisão de pronúncia, mas no Direito Brasileiro a pronúncia de alguém apenas aponta indícios, ou seja, não existe prova firme dos delitos, apenas suposições que quando do julgamento do Egrégio Conselho de Sentença, temos plena convicção, não servirão de lastro para condenação e ele será absolvido, podendo os órgãos de persecução penal investigarem e descobrirem o que de fato ocorreu”. (Luciana Marschall)