No intuito de diminuir o estresse dos bebês recém-nascidos nas Unidades de Terapia Intensiva e Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais, evitar a perda de peso e de energia, além de melhorar o sistema respiratório e reduzir o tempo de internação, o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá (PA), e o Hospital Materno Infantil de Barcarena – Dra Anna Turan (HMIB) incluem como recurso terapêutico as sessões de banho de ofurô.
A técnica foi criada nas maternidades holandesas, na década de 1990, para ajudar no relaxamento dos bebês à medida que dá a eles a mesma sensação de aconchego do útero materno.
Em Marabá, o recém-nascido Luiz Augusto viveu essa experiência 11 dias depois do nascimento. O banho foi acompanhado pela mãe, Margarete Cruz, que confessou a ansiedade. “Para mim, o banho de ofurô foi uma grande novidade. Fiquei com medo e nervosa, pensando que não saberia fazer ou poderia deixá-lo cair. Mas deu tudo certo. Eu senti que ele ficou calmo. Acho que gostou muito, porque quase dormiu”, comentou.
Leia mais:De acordo com o técnico de enfermagem, Gilson Viana, que ajudou Margarete na sessão de ofurô, a participação dos pais é fundamental. “A presença da mãe ou do pai é de suma importância, porque geralmente é o primeiro banho da criança. Além disso, quando o bebê receber alta hospitalar, é a mãe quem vai realizar esse banho e, ao chegar em casa, ela vai se sentir mais segura porque já aprendeu a técnica”, explicou o colaborador.
Internado no HMIB, em Barcarena, o pequeno Ezequiel também experimentou o banho de ofurô. “O Ezequiel estava bem agitado desde a madrugada, veio relaxar agora na hora do banho. É gratificante você ver o bebê relaxando, principalmente, aquele que a gente tem que dar um conforto maior porque precisa ganhar peso. Foi muito bonito vê-lo sorrindo durante o ofurô”, disse a enfermeira da UCI, Brenda Pinheiro.
Sobre o banho de ofurô
Para participar da sessão de ofurô, o recém-nascido precisa estar livre de acessos, como sondas. Também são verificadas questões como o peso e a condição clínica do paciente.
O balde deve ser usado exclusivamente para essa finalidade. A criança é enrolada em uma manta ou lençol e, em seguida, colocada na água com temperatura entre 36° e 37°, que é a mesma do útero materno. O banho dura cerca de cinco a dez minutos. Nesse intervalo, a pessoa que estiver segurando o bebê fará movimentos leves e circulares. Ele pode ser feito seis horas após o nascimento e até os dois anos de idade da criança.
“O banho de ofurô é uma das práticas interativas complementares direcionadas ao recém-nascido, principalmente nos bebês que estão estressados. Quando se refere à manipulação, eles são muito sensitivos, por isso usamos a prática para promover o relaxamento, fazendo com que eles tenham um melhor desenvolvimento”, explicou o coordenador de Enfermagem do HMIB, Geovanny Magalhães. (Agência Pará)