Mulheres de diferentes movimentos sociais se reuniram na manhã de hoje, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, em um ato na Avenida Antônio Maia, na Marabá Pioneira. As principais abordagens deste ano foram a luta pelo fim da violência contra a mulher e a reforma da previdência, apresentada pelo governo Bolsonaro.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese), as mulheres serão mais prejudicadas que os homens caso as mudanças previstas sejam aprovadas. Uma das principais alterações é a idade mínima, já que a reforma prevê que subirá de 60 para 62 anos para trabalhadoras urbanas e de 55 para 60 anos para trabalhadoras rurais). No caso dos homens, a regra será mantida, ou seja, 65 anos (urbano) e 60 (rural).
A proposta também desconsidera a dupla jornada das mulheres, normalmente responsáveis pelos cuidados familiares e afazeres domésticos. Essa mesma questão implica diretamente no fato de elas receberem aposentadorias mais baixas por contribuírem menos tempo e com valores menores.
Leia mais:Em relação à violência contra a mulher, um levantamento publicado hoje pelo projeto Monitor da Violência, apontou aumento no número de feminicídios registrados no país, embora a quantidade de mortes femininas tenha diminuído.
No ano passado foram registrados 4.254 homicídios dolosos de mulheres, uma redução de 6,7% em relação ao anterior. Acontece que os casos em que mulheres foram mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero aumentaram, de 1047 em 2017 para 1.173 em 2018.
“Os movimentos sociais do Brasil, neste dia, fazem uma grande mobilização, principalmente para denunciar o feminicídio que no Brasil é cada vez maior e para denunciar a reforma da previdência imposta pelo governo Bolsonaro. As mulheres do campo e da cidade se mobilizam e trazem para a rua a pauta que tem afetado diretamente a vida delas”, afirma Poliane Soares, que participou da mobilização em Marabá.
Geuza Morgado, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), destaca que a data é de luta por direitos. “É um dia onde as mulheres se preparam e se organizam para ir para as ruas reivindicar os direitos. Hoje temos motivo muito especial para estarmos marchando e esse motivo é dizer para a sociedade marabaense que basta de violência contra a mulher. São milhares de mulheres assassinadas todos os dias e as autoridades não se dão conta de que isso tem que parar”, observa.
Ela ressalta, por exemplo, um tópico frequentemente abordado pelos movimentos de mulheres que é o fato de a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Marabá não funcionar em sistema de plantão. “Só funciona durante a semana, de 8 ao meio-dia e de 14 às 18 horas, mas é à noite que ocorrem as situações e precisamos cobrar que façam algo para conter o feminicídio e a violência contra as mulheres”, finalizou.
Também na manhã desta sexta o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) organizou outra passeata, esta no Bairro São Félix Pioneiro, com o tema “Rompendo o Ciclo da Violência Contra a Mulher”. Conforme a presidente do Comdim, Júlia Rosa, o objetivo era levantar questionamentos e discussões sobre a importância da data. (Luciana Marschall – com informações de Evangelista Rocha)