O CORREIO publicou na sua última edição sobre o anúncio da Petrobrás de reajuste no preço do botijão de gás de 13 kg nas refinarias. Com o reajuste da última terça-feira (5), o gás residencial tem a quarta alta consecutiva. De R$ 22,13 em abril do ano passado, o botijão passou para R$ 25,33 neste mês. Só que, para surpresa da reportagem, em um levantamento nas ruas, as distribuidoras que atendem a Marabá estão prometendo não repassar o aumento ao consumidor neste momento.
O valor do botijão vendido às distribuidoras não é o único determinante do preço final ao consumidor. Além de terem liberdade para praticar preços, as distribuidoras devem ainda incorporar o valor de impostos e outros custos.
A Reportagem do CORREIO visitou algumas distribuidoras de gás pela cidade para saber se o reajuste já está sendo aplicado na venda dos botijões. Em Marabá, os preços antes da alta têm variado de R$ 70 a R$ 85.
Leia mais:Uma distribuidora localizada na Av. VP-3, decidiu manter o mesmo valor que estava antes do aumento ser divulgado. “O reajuste sempre vai ter, mas em algumas altas que ocorreram desde o ano passado, nenhum revendedor quis aumentar o preço. Se aumentarmos o preço do botijão, uma coisa é certa, a gente não vende”, afirmou o revendedor da Ultragaz, Miro Rodrigues.
“Eu tenho certeza que esse reajuste será mais um que os revendedores não repassarão aos consumidores. Infelizmente, para piorar a situação, tem muita venda clandestina. A gente trabalha, paga os impostos da empresa para ter tudo certinho, legalizado, mas infelizmente somos prejudicados por pessoas que vendem ilegalmente”, explicou.
Com o quadro de funcionários extremamente reduzido devido à concorrência clandestina, ele explica que há três anos não repassa o valor de reajuste aos consumidores. “Se a gente aumentar, não vendemos. A única coisa que está acontecendo é a margem de lucro reduzir. Eu, por exemplo, tinha cinco entregadores. Hoje, só estou com um e até eu mesmo faço as entregas”, declarou.
Um outro revendedor autorizado, da Paragás, foi procurado pela reportagem para informar se o botijão já estava sendo comercializado com reajuste. Apesar de não ter concedido entrevista ao jornal, o proprietário do estabelecimento também garantiu que o valor não sofrerá reajuste nos próximos dias.
Consumidores surpresos
Na tarde de ontem, a equipe de Reportagem esteve na feira da Folha 28 para saber se os consumidores já estavam sabendo do reajuste. Pegos de surpresa, eles reclamaram e se posicionaram contra a alta.
Foi o caso da feirante Oneide Dias Lacerda dos Santos (54), que possui um restaurante na feira e costuma comprar cerca de quatro botijões por mês para cozinhar. “Fica muito caro para gente. Eu já compro o botijão por R$ 78, imagina quando o preço subir, é difícil”, reclamou.
Para o pintor automotivo, Evandro Ferreira dos Santos, que está em Marabá a trabalho, o valor do botijão de gás em Parauapebas varia de R$ 95 a R$ 100. “É um preço extremamente abusivo. Eu não tenho conhecimento suficiente para dizer qual seria o valor ideal para a venda de um botijão, mas esse preço fica muito pesado para o bolso do consumidor. Compro gás a cada 25 dias para a minha casa”, disse. (Karine Sued)