Segundo dados revelados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população paraense está em trajetória de envelhecimento. Tanto que, em 2060, a quantidade de pessoas com mais de 60 anos passará dos atuais 764 mil idosos para 2,7 milhões de idosos. Ou seja, um em cada quatro paraenses será idoso naquele ano. Esses dados estão de acordo com a pesquisa de projeção populacional divulgada pelo IBGE.
O estudo diz que, devido a fatores como a queda da mortalidade infantil no Pará, ampliação da rede do Sistema Único de Saúde brasileiro e políticas públicas de saneamento básico nas grandes concentrações populacionais, como as metrópoles, a esperança de vida do paraense ao nascer aumenta de 72, este ano, para 77 anos em 2060.
A mortalidade infantil, por exemplo, em 2019 apresenta cerca de 20 óbitos de crianças para cada mil nascimentos e, daqui a quatro décadas, será de nove crianças para a mesma estatística no Pará.
Leia mais:O Rio Grande do Sul deverá ser o primeiro estado que experimentará uma proporção maior de idosos que crianças de até 14 anos, o que deverá ocorrer em 2029. Em 2033, será a vez de Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Pará, essa proporção maior de idosos que crianças deverá ocorrer em 2044, segundo o instituto.
Entre as consequências do envelhecimento da população, além do aumento dos gastos com saúde e aposentadorias, o IBGE destaca o maior percentual de pessoas fora da idade de trabalhar e, portanto, de dependentes da população economicamente ativa para manutenção do equilíbrio previdenciário.
FECUNDIDADE
De acordo com o IBGE, outro fator de envelhecimento da população paraense é a queda na taxa de fecundidade da mulher paraense, em 2019 a média de filhos nascidos na idade reprodutiva feminina é de 1,91 filhos e em 2060 será de 1,8 filhos. “A longo prazo, a redução da população também impacta a quantidade de pessoas em idade reprodutiva. Isso já ocorre em países europeus, onde as taxas de fecundidade são muito baixas e, por consequência, há um reduzido número de pessoas em idade ativa, sendo inclusive necessário que esses indivíduos recebam algum tipo de incentivo para que tenha filhos pensando na população que sustentará os idosos”, declarou a demógrafa do IBGE, Leila Ervatti.
(DOL com informações do IBGE no Estado do Pará)