Por meio da Diretoria de Polícia Interior, a Polícia Civil realizou, esta semana, seis operações simultâneas em seis regiões diferentes no interior do Estado. No total, 26 pessoas foram presas nas operações realizadas em Marabá, Limoeiro de Ajuru, Soure, Santarém, Paragominas e São Felix do Xingu. Nos últimos 7 dias, 15 operações foram realizadas no interior do Estado, sob coordenação do titular da DPI, delegado José Humberto Melo, resultando em 54 presos pelos crimes de tráfico, roubos e homicídios ligados a milícias.
Esta semana, mais de 150 policiais civis participaram das operações iniciadas às 6h da manhã. Estiveram em atuação policiais civis do interior do Estado, com apoio de policiais civis do GPE (Grupo de Pronto-Emprego), equipe tática da Polícia Civil. As operações visaram dar cumprimento ainda a mandados de prisão e mandados de busca e apreensão por determinação do delegado-geral Alberto Teixeira.
Em Marabá, foi deflagrada a Operação “Longa Manus” pela Superintendência Regional do Sudeste Paraense. O objetivo foi dar cumprimento a três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão resultantes de investigações e de solicitações feitas pela Polícia Civil. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Marabá, Parauapebas e Itupiranga. Uma arma de fogo, munição, rádio comunicador e um carro usados em crimes foram apreendidos.
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Em São Félix do Xingu, no sul do Pará, a Polícia Civil prendeu, em cumprimento a mandado de prisão preventiva, Angeliel Saraiva Amaro, de apelido Léo, por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Ele é acusado de, no dia 23 de setembro do ano passado, ter matado Igean Marinho dos Santos e tentado matar Josiel Gomes Ribeiro, de apelido “Nego Dola”, apontados como membros de uma facção criminosa.
Além de Angeliel, participaram do crime Jonathan Araújo do Nascimento, de apelido Moreno, preso em 16 de dezembro do ano passado; Lucas Alves Lima, preso em 31 de dezembro do ano passado, e Acelino Cabral Souza, conhecido como “Carajás”, preso no último dia 16.
Segundo o delegado Matheus Omizzolo, as investigações apontaram que os crimes teriam sido praticados por, pelo menos, seis pessoas. O crime foi motivado por disputas entre grupos de criminosos rivais e também pela disputa por pontos de tráfico de drogas em São Félix do Xingu. Estiveram na operação os investigadores Flaytoon e Rafael Marques, escrivães Bruno e Pedro e o papiloscopista policial Bruno Veras. As investigações irão continuar para identificar os demais suspeitos.
PARAGOMINAS
Em Paragominas, nordeste do Estado, foi deflagrada a operação “Rebite” que resultou na prisão de Antônio Luis da Conceição dos Santos, por tráfico de drogas. Após investigação nas imediações dos postos de gasolina do bairro Nagibão, a equipe policial constatou a comercialização ilegal do medicamento Nobésio, popularmente conhecido por “arrebite”. O produto era vendido ilegalmente para caminhoneiros que trafegam pela rodovia BR 010 e que, por conta do consumo do produto, muitos acidentes de trânsito com vítimas fatais ocorreram nas estradas.
“O Nobésio é uma droga sintética classificada como anfetamina e atua no sistema nervoso central estimulando a trabalhar em um ritmo acelerado”, explica o delegado Cristiano Nascimento, da Polícia Civil de Paragominas. Após identificação do endereço do local onde a droga era vendido, a equipe de policiais realizou a prisão em flagrante. Embaixo da cama do acusado, os policiais encontraram 1.375 cartelas do medicamento. Segundo o suspeito, cada cartela é vendida a R$ 20, o que lhe renderia R$ 27,5 mil. (Fonte: Ascom/Polícia Civil)
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“Lona Manus” é uma expressão que designa o executor de ordens. É normalmente utilizada em referência ao oficial de Justiça ou policial civil, que é o executor das ordens judiciais, ou seja, “a mão estendida do juiz na rua”.
Sindicato Rural repudia prisão de pecuaristas
Durante coletiva realizada na tarde de ontem (18), na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá (SPRM), O presidente da entidade, pecuarista Antônio Vieira Caetano, o “Neném do Manelão”, fez duras críticas à prisão dos pecuaristas de Marabá, acusados de integrar milícias que estariam atuando no sentido de expulsar ocupantes de fazendas da região.
Na visão do presidente da entidade, há uma inversão de valores atualmente, pois quando os sem-terra entram em propriedades, nada acontece, mas quando o produtor rural tenta se defender, é execrado, acusado de chefiar pistolagem.
“Neném do Manelão” disse esperar que o novo governo federal mude isso. “O sindicato repudia essa situação. O governo precisa mudar esse modo de tratar o produto rural”, reafirma, ao ponderar que é favorável à investigação da Polícia Civil, mas entende que não existe necessidade da prisão dos pecuaristas.
Da mesma forma, o advogado Wandergleysson Fernandes, que defende os interesses dos fazendeiros presos, disse que a prisão preventiva – na visão da defesa – é desnecessária, pois os presos são cidadãos de bem, produtores rurais que geram emprego e renda na região.
Sobre as acusações de formação de milícia, o advogado disse que as considera absurdas. “Não existe uma prova, não existe nada contundente que possa respaldar algo dessa natureza”, argumenta, acrescentando que a defesa pretende provar a desnecessidade do encarceramento.
Na visão dele, não há elementos que comprovem a necessidade de prisão. “Seria contrariar a Constituição Federal”, resume, acrescentando que o fato de a polícia ter encontrado munição com os acusados não é prova de nada. (Chagas Filho)