O ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão agora é réu em processo referente a desdobramento da Operação Lava Jato no estado. Ele foi preso em dezembro, na operação Boca de Lobo, da Polícia Federal.
O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Criminal Federal, aceitou nesta sexta-feira (18) denúncia contra o ex-governador que havia sido feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A denúncia apresentada pela PGR ao STJ “desceu” para a 1ª instância da Justiça Federal no Rio porque Pezão perdeu o foro privilegiado. Com isso, Ministério Público Federal no Rio ratificou a denúncia da Procuradoria e Bretas, ao receber o documento, aceitou a denúncia.
Leia mais:Além de Pezão, passaram à condição de réus outras 14 pessoas, incluindo o antecessor de Pezão, Sérgio Cabral, o ex-secretário de Governo Affonso Henrique Monnerat, e José Iran Peixoto, de Obras, todos presos :
- Sérgio Cabral (preso)
- Affonso Henrique Monnerat (preso)
- José Iran Peixoto (preso)
- Luiz Carlos Bezerra
- Sergio Castro de Oliveira
- José Carlos Lavouras
- Luiz Carlos Vital Barroso (Luizinho) (preso)
- Marcelo Santos Amorim (Marcelinho) (preso)
- Cesar Augusto Craveiro de Amorim (preso)
- Luiz Fernando Craveiro de Amorim (preso)
- Claudio Fernandes Vidal (preso)
- Luiz Alberto Gomes Gonçalves (preso)
- Julio Walter Sanabio Freesz
- Tony Lobianco Mahet (preso)
Delação
A operação Boca de Lobo foi baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral. De acordo com Bretas, Pezão “não só integrou a organização criminosa liderada por Sérgio Cabral, como o sucedeu nas práticas ilícitas no comando do Governo do Estado do Rio de Janeiro”.
Segundo o documento em que Bretas aceita a denúncia, Miranda colaborou com vários elementos para fazer a delação premiada, como “prova testemunhal, documental, depoimentos de colaboradores, dados bancários, telefônicos e fiscais.”
Prisão
Ainda no exercício do cargo, Pezão foi preso no dia 29 de novembro de 2018 no Palácio Laranjeiras, às 6h. Desde então, ele está preso em uma cela na unidade prisional da PM, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
O comboio da Polícia Federal deixou o palácio com o governador preso às 7h35 e chegou à Superintendência da PF, na Praça Mauá, às 7h52.
De acordo com os agentes, o governador se surpreendeu com a chegada dos agentes da PF e achou que seriam cumpridos apenas mandados de busca e apreensão no local. Segundo o relato, Pezão reagiu bem à voz de prisão e chamou seus advogados imediatamente.
Carlos Miranda detalhou o pagamento de mesada de R$ 150 mil para Pezão na época em que ele era vice do então governador Sérgio Cabral. Também houve, segundo a delação, pagamento de 13º de propina e ainda dois bônus de R$ 1 milhão como prêmio.
Segundo o depoimento à Justiça, o “homem da mala” do ex-governador Sérgio Cabral disse que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, guardou R$ 1 milhão em propina com um empresário do Sul Fluminense.
(Fonte:G1)