Correio de Carajás

Justiça decreta prisão de agressor de mãe e filha

Foi deferida no início da noite de ontem (11), a Prisão Preventiva de Carlos Pantoja da Silva, acusado de tentativa de feminicídio contra a ex-companheira dele e a própria filha, de apenas dois anos. O caso aconteceu na tarde da última quarta-feira (9) e o pedido foi encaminhado à Justiça no dia seguinte (quinta-feira, 10), pela delegada Ana Paula Fernandes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e também à Criança ao Adolescente (DEACA).

De acordo com informação repassada pela delegada à Imprensa de Marabá, a vítima, Caroline Nunes do Nascimento, de 19 anos, já havia sido agredida anteriormente pelo ex-companheiro e quando deixou o convívio com o acusado requereu e obteve Medida Protetiva, que impedia Carlos de se aproximar dela, desde o final do ano passado. Ele vinha obedecendo a ordem judicial, até quarta-feira.

Uma fonte ligada à família da vítima disse que Carlos era um companheiro violento e as agressões vinham evoluindo, de modo que o estopim para a separação foi quando ele agrediu Caroline a facadas.

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Na última quarta-feira, o acusado e um comparsa ainda não identificado pela polícia foram de moto à casa dos pais de Caroline, no Bairro Araguaia, onde ela está morando desde a separação. Após uma rápida conversa, Carlos disparou vários tiros. Um deles atingiu a vítima de raspão no braço e também acabou atingindo o rosto da criança, a pequena Maria Clara Nunes Pantoja, de apenas 2 anos de vida. A bala acertou a região perto da boca, mas sem gravidade.

Ainda segundo a delegada, desde o momento do crime as polícias Civil e Militar iniciaram buscas ao criminoso, mas ele até ontem não havia sido encontrado. “É importante que quem souber onde ele está denuncie”, orienta a delegada, acrescentando que as denúncias podem ser feitas por meio do Disque Denúncia, cujo anonimato é garantido. Os contatos podem ser feitos pelo telefone (94) 3312-3350 e (94) 98198-3350 (WhatsApp) ou ainda pelo Aplicativo “Disque Denúncia Sudeste do Pará”.

FEMINICÍDIOS

Instada a fazer uma avaliação sobre os casos de feminicídio em Marabá, a delegada informou que em 2017 foram registrados quatro casos, enquanto em 2018 ocorreram três. A diminuição gradativa, segundo ela, se deve a uma série de fatores, sendo o principal a coragem das vítimas em denunciar. “As mulheres estão denunciando mais e estão fazendo isso na fase da ameaça”, explica Ana Paula, acrescentando que a celeridade do processo, que vai da tramitação entre o procedimento policial e o deferimento das medidas por parte do Poder Judiciário, também é um fator encoraja as vítimas.

Vale dizer que o alicerce para garantir o trabalho policial, os procedimentos judiciais e o encorajamento das vítimas é exatamente o rigor da legislação, a partir da Lei Maria da Penha, que foi sancionada pelo ex-presidente Lula e que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006. Desde a sua publicação, a lei é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. (Com informações de Evangelista Rocha)

SAIBA MAIS

Depois de quatro anos e meio à frente da DEAM/DEACA, a delegada Ana Paula Guedes será transferida para a Delegacia Municipal de São João do Araguaia, a partir de segunda-feira (14). No seu lugar, nas especializadas, assumirá a delegada Simone Felinto.

(Chagas Filho)