É complicada a situação dos guardas municipais Alexsandro Caldas Pó e Romulo Passos Soares. O primeiro (Caldas) foi preso esta semana, acusado de ter participado do assassinato de Naiara Vieira Ribeiro, de 25 anos (em 14 de outubro do ano passado); o segundo (R. Passos) está preso em Belém desde o dia 16 de outubro, acusado de ter torturado a mesma Naiara e outros dois amigos dela. Mas isso não é tudo.
A Polícia Civil não descarta a possibilidade de os dois guardas terem assassinado a tiros o viciado Alex Amaral Azevedo, de 27 anos, o “Playboy”, na noite do dia 7 de janeiro deste ano, no Km 6. A suspeita da polícia se deve ao fato de que o “Playboy” é uma das pessoas que foram torturadas por Rômulo (e provavelmente por Caldas também).
Para que o leitor entenda o desenrolar dos crimes, no dia 9 de outubro do ano passado, Naiara, “Playboy” e outra pessoa foram torturados por dois guardas municipais e um terceiro elemento; no dia 14 de outubro, Naiara foi assassinada; em 7 de janeiro deste ano, “Playboy” também foi morto a tiros.
Leia mais:Titular do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá, a delegada Raíssa Beleboni não fala abertamente, mas nas entrelinhas ela deixou claro que os crimes estão interligados da seguinte forma: Naiara e os amigos foram torturados e denunciaram os guardas municipais, os quais foram atrás deles e os mataram como queima de arquivo.
A prisão de Caldas foi feita por volta de meio-dia, por meio de mandado de prisão temporária. Ele estava de serviço (trabalhando) quando foi preso. “A partir da investigação da tortura é que nós conseguimos apurar e obter elementos sobre a motivação e autoria do crime de homicídio”, reafirma.
A delegada explica que, apesar de terem sido feitas diligências desde a época dos fatos, somente em fevereiro, quando a polícia conseguiu identificar e localizar uma “testemunha presencial” do homicídio. “Nós conseguimos apurar com a certeza necessária para representação das prisões, ao Poder Judiciário, que os autores seriam os guardas Romulo e Alexsandro”, explica a delegada.
#ANUNCIO
Raissa Beleboni disse também que vai solicitar que Rômulo seja trazido a Marabá para participar da audiência sobre o caso na semana que vem e para que também seja dado cumprimento ao novo mandado de prisão expedido em relação a ele. “A prisão temporária tem fins de investigação, então a gente tem a suspeita do envolvimento deles na prática do crime, mas nesse período serão realizadas outras diligências para que a gente confirme a autoria”, declarou ad delegada, acrescentando que a prisão temporária pode ser prorrogada por mais 30 dias em razão do caráter hediondo do crime de homicídio qualificado.
Sobre o assassinato de Alex Amaral Azevedo, o “Playboy”, em 7 de janeiro, a delegada confirmou que essa morte também está em investigação para ver se tem a ver com o caso da tortura ou não. “Essas três investigações, apesar de já concluída a da tortura, seguem em andamento para que a gente possa apurar todas as circunstâncias do fato e confirmar os elementos obtidos sobre a possiblidade do envolvimento dos dois guardas municipais”, informou.
O Jornal manteve contato com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI), à qual a Guarda Municipal está subordinada. A secretaria respondeu com o seguinte texto: “respeita a decisão da Justiça e aguardará o curso das investigações. Os mesmos já têm processo administrativo aberto e serão exonerados caso a Justiça os julgue culpados”.
COMPLICADO
A situação mais complexa é do guarda municipal R. Passos. Além desta acusação de homicídio, ele já respondia pela tortura (ambos os crimes contra a mesma vítima Naiara) e ele também foi condenado, junto com mais cinco agentes, pela juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal de Marabá, por outro crime de tortura.
“Playboy” foi morto por dois homens no Km 6
A última vítima de toda essa trama, Alex “Playboy”, foi alvejado por três disparos de arma de fogo. Ele estava sentado em um local conhecido como “cracolândia”, perto do terminal agrorrodoviário do Km 6, que é frequentado por usuários de drogas ilegais. Ele estava acompanhado de mais algumas pessoas, quando dois homens chegaram de moto. “A vítima ainda tentou correr e foram efetuados cerca de cinco disparos em direção de Alex, dos quais três o atingiram e ele acabou falecendo no local”, informou a delegada Raissa Beleboni, na época do crime.
Na época do crime, irmã de Alex, que também já sofreu uma tentativa de homicídio no mesmo local, no ano passado, por esfaqueamento, falou rapidamente com a reportagem, apesar de deixar claro o medo de represálias.
Ela contou que a vítima tinha passado em casa e tomado banho pouco tempo antes. Perguntada se sabe quem cometeu o crime, ela negou e comentou que um traficante que costumava ameaçar os usuários da região atualmente está preso.
Assassinato de Naiara e suas consequências
Quando Naiara Ribeiro foi assassinada, na Folha 34 (Nova Marabá), perto do terminal do Km 6, começou a ser levantada a suspeita sobre Romulo (R. Passos), já que a morte dela aconteceu menos de uma semana depois da tortura sofrida por ela. A denúncia da tortura foi feita pela mãe de uma das vítimas, cuja identidade foi mantida em sigilo por segurança.
Segundo um Boletim de Ocorrência Policial, Naiara e os outros dois “confirmaram ter sido vítimas de agressões físicas e foram obrigados a praticar sexo entre si”. Ainda de acordo com a denúncia, pelo menos dois dos três torturadores eram agentes da Guarda Municipal de Marabá.
Após a denúncia, o delegado Luiz Otávio Ernesto de Barros (plantonista do dia) abriu inquérito e passou a colher informações, chegando até o nome do guarda municipal Romulo (R. Passos).
(Chagas Filho)
É complicada a situação dos guardas municipais Alexsandro Caldas Pó e Romulo Passos Soares. O primeiro (Caldas) foi preso esta semana, acusado de ter participado do assassinato de Naiara Vieira Ribeiro, de 25 anos (em 14 de outubro do ano passado); o segundo (R. Passos) está preso em Belém desde o dia 16 de outubro, acusado de ter torturado a mesma Naiara e outros dois amigos dela. Mas isso não é tudo.
A Polícia Civil não descarta a possibilidade de os dois guardas terem assassinado a tiros o viciado Alex Amaral Azevedo, de 27 anos, o “Playboy”, na noite do dia 7 de janeiro deste ano, no Km 6. A suspeita da polícia se deve ao fato de que o “Playboy” é uma das pessoas que foram torturadas por Rômulo (e provavelmente por Caldas também).
Para que o leitor entenda o desenrolar dos crimes, no dia 9 de outubro do ano passado, Naiara, “Playboy” e outra pessoa foram torturados por dois guardas municipais e um terceiro elemento; no dia 14 de outubro, Naiara foi assassinada; em 7 de janeiro deste ano, “Playboy” também foi morto a tiros.
Titular do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá, a delegada Raíssa Beleboni não fala abertamente, mas nas entrelinhas ela deixou claro que os crimes estão interligados da seguinte forma: Naiara e os amigos foram torturados e denunciaram os guardas municipais, os quais foram atrás deles e os mataram como queima de arquivo.
A prisão de Caldas foi feita por volta de meio-dia, por meio de mandado de prisão temporária. Ele estava de serviço (trabalhando) quando foi preso. “A partir da investigação da tortura é que nós conseguimos apurar e obter elementos sobre a motivação e autoria do crime de homicídio”, reafirma.
A delegada explica que, apesar de terem sido feitas diligências desde a época dos fatos, somente em fevereiro, quando a polícia conseguiu identificar e localizar uma “testemunha presencial” do homicídio. “Nós conseguimos apurar com a certeza necessária para representação das prisões, ao Poder Judiciário, que os autores seriam os guardas Romulo e Alexsandro”, explica a delegada.
#ANUNCIO
Raissa Beleboni disse também que vai solicitar que Rômulo seja trazido a Marabá para participar da audiência sobre o caso na semana que vem e para que também seja dado cumprimento ao novo mandado de prisão expedido em relação a ele. “A prisão temporária tem fins de investigação, então a gente tem a suspeita do envolvimento deles na prática do crime, mas nesse período serão realizadas outras diligências para que a gente confirme a autoria”, declarou ad delegada, acrescentando que a prisão temporária pode ser prorrogada por mais 30 dias em razão do caráter hediondo do crime de homicídio qualificado.
Sobre o assassinato de Alex Amaral Azevedo, o “Playboy”, em 7 de janeiro, a delegada confirmou que essa morte também está em investigação para ver se tem a ver com o caso da tortura ou não. “Essas três investigações, apesar de já concluída a da tortura, seguem em andamento para que a gente possa apurar todas as circunstâncias do fato e confirmar os elementos obtidos sobre a possiblidade do envolvimento dos dois guardas municipais”, informou.
O Jornal manteve contato com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI), à qual a Guarda Municipal está subordinada. A secretaria respondeu com o seguinte texto: “respeita a decisão da Justiça e aguardará o curso das investigações. Os mesmos já têm processo administrativo aberto e serão exonerados caso a Justiça os julgue culpados”.
COMPLICADO
A situação mais complexa é do guarda municipal R. Passos. Além desta acusação de homicídio, ele já respondia pela tortura (ambos os crimes contra a mesma vítima Naiara) e ele também foi condenado, junto com mais cinco agentes, pela juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal de Marabá, por outro crime de tortura.
“Playboy” foi morto por dois homens no Km 6
A última vítima de toda essa trama, Alex “Playboy”, foi alvejado por três disparos de arma de fogo. Ele estava sentado em um local conhecido como “cracolândia”, perto do terminal agrorrodoviário do Km 6, que é frequentado por usuários de drogas ilegais. Ele estava acompanhado de mais algumas pessoas, quando dois homens chegaram de moto. “A vítima ainda tentou correr e foram efetuados cerca de cinco disparos em direção de Alex, dos quais três o atingiram e ele acabou falecendo no local”, informou a delegada Raissa Beleboni, na época do crime.
Na época do crime, irmã de Alex, que também já sofreu uma tentativa de homicídio no mesmo local, no ano passado, por esfaqueamento, falou rapidamente com a reportagem, apesar de deixar claro o medo de represálias.
Ela contou que a vítima tinha passado em casa e tomado banho pouco tempo antes. Perguntada se sabe quem cometeu o crime, ela negou e comentou que um traficante que costumava ameaçar os usuários da região atualmente está preso.
Assassinato de Naiara e suas consequências
Quando Naiara Ribeiro foi assassinada, na Folha 34 (Nova Marabá), perto do terminal do Km 6, começou a ser levantada a suspeita sobre Romulo (R. Passos), já que a morte dela aconteceu menos de uma semana depois da tortura sofrida por ela. A denúncia da tortura foi feita pela mãe de uma das vítimas, cuja identidade foi mantida em sigilo por segurança.
Segundo um Boletim de Ocorrência Policial, Naiara e os outros dois “confirmaram ter sido vítimas de agressões físicas e foram obrigados a praticar sexo entre si”. Ainda de acordo com a denúncia, pelo menos dois dos três torturadores eram agentes da Guarda Municipal de Marabá.
Após a denúncia, o delegado Luiz Otávio Ernesto de Barros (plantonista do dia) abriu inquérito e passou a colher informações, chegando até o nome do guarda municipal Romulo (R. Passos).
(Chagas Filho)