Moradores do Residencial Tiradentes procuraram a Reportagem do Jornal Correio para denunciar a situação precária a qual estão sendo submetidos no próprio local onde vivem. São diversos problemas, desde dejetos de fossas descendo as ruas, até enormes poças de lama tornando as vias intransitáveis. Em alguns pontos do bairro o matagal toma conta e nem é possível reconhecer como ruas algumas vias públicas, cada vez mais deterioradas.
Fruto de um projeto de habitação federal, o Residencial Tiradentes está localizado à margem da BR 222 e possui cerca de 1.410 casas. Dentre as várias reclamações dos moradores a principal é a falta de infraestrutura do sistema de esgoto que, principalmente quando chove, invade as ruas formando lagos de lama, com dejetos humanos pelas vias do residencial.
O aposentado Luiz Otávio Ramos de Silveira mora na Rua José Alves e tem de se deparar diariamente por um “lago” de lama na esquina da sua casa. “Faz uns três anos que a gente está com esse problema: esgoto estoura, a gente liga pra prefeitura, eles vêm quando querem e fica assim. Escorre esgoto e fica nisso que está. Nunca sai daqui. Esse lago sempre fica desse jeito”, conta Luiz Otávio, que disse, ainda, que só mora no local porque não tem para onde ir.
Leia mais:Além da lama na Rua José Alves, outra situação difícil para quem é morador do Residencial Tiradentes é a fossa a céu aberto na Rua Ester Clavijo. A comerciante Deuzuita Pereira de Almeida Souza conta que precisa colocar óleo queimado no buraco da fossa, que se abriu no meio da via para evitar o mau cheiro e larvas que já chegaram a entrar em sua casa. “É fossa, é o esgoto que tem aí no meio da rua. Aí eles botam a tampa, os carros grandes passam por cima e quebram tudo. Fomos obrigados a colocar até esse pau aí para não acontecer coisas piores. Agora fica pior nesse tempo de chuva, porque além dos esgotos que vêm das casas, tem a água da chuva”, reclama a comerciante. Na Rua Ranieri Santana de Oliveira Costa, ainda no Residencial Tiradentes, o caso é semelhante. A rua está tomada por um lago de esgoto, acumulando sujeira e atraindo, assim, animais e mosquitos, como relata o morador Leonardo Mourão. “Sempre a gente teve esse problema aqui, principalmente no inverno, quando chove, fica nessa situação aí, o esgoto, praticamente tem, mas não dá certo né, porque sempre acontece esse tipo de infiltração aí, fica esse mau cheiro e é um problema para gente que tem criança né, sem falar na muriçoca, rato, essas coisas que incomodam e diminuem a qualidade de vida da gente”, explica Leonardo.
Prefeitura divide responsabilidade com construtora
Consultada sobre o rosário de queixas dos moradores do residencial, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá enviou a seguinte nota sobre o caso em questão:
“Os residenciais construídos nas gestões anteriores possuem graves problemas estruturais, inclusive de drenagem e pavimentação, além do fornecimento de água. Como o contrato de garantia com a construtora ainda está em vigência e a mesma não fez qualquer reparo solicitado pelos moradores, a prefeitura não pode fazer intervenções maiores na área. Com relação a Praça, a mesma está sempre no cronograma de limpeza e a cada mês é feito o trabalho de roçagem e pequenos reparos. A última vez em que isso aconteceu foi no mês de novembro. Vale lembrar também que muitos moradores depositam na praça o lixo residencial, contrariando a coleta que passa diariamente pelos residenciais. Ainda assim, as equipes estão fazendo a revitalização da praça do Residencial Jardim do Éden, seguirão para este residencial conforme o cronograma. Não há de forma alguma, abandono da prefeitura com relação a este local”. (Adriana Oliveira)