Correio de Carajás

Reunião de rodoviários e empresas termina sem acordo em Marabá

Uma nova assembleia dos trabalhadores no transporte público em Marabá deve acontecer nesta sexta-feira(14) para discutir sobre a prometida greve dos rodoviários. O sistema de transporte na cidade está em colapso e as autoridades não têm uma resposta conclusiva para resolver o déficit no setor. Enquanto isso, motoristas e cobradores estão no vermelho, sem receber o mês de novembro, ticket alimentação de dois meses, ou primeira parcela do 13º salário. Ontem (12), na Câmara Municipal, o interventor da Transbrasiliana, Marino Tolentino Filho, disse que só poderá vencer os atrasados por volta do dia 21.


Geraldo Silva, do sindicato, vê resposta insatisfatória para os trabalhadores

Tudo isso foi discutido em uma convocação da Comissão de Obras, Serviços e Transporte Público da Câmara,naquele que também era o último dia de trabalho no ano, antes do recesso. Ali presentes, de vereadores, apenas o presidente Nonato Dourado e o membro Cabo Rodrigo. De frente, advogado e diretores do Sindicato dos Rodoviários (Sintrarsul), membros do Conselho Municipal de Transporte, da Prefeitura –secretários Karam el Hajjar (Planejamento) e Jair Guimarães (Segurança Institucional); DMTU, estudantes e também alguns funcionários da empresas concessionárias do transporte em Marabá: Nasson e TCA, pertencentes à Transbrasiliana.

A conversa era simples: os trabalhadores queriam uma resposta concreta sobre a data em que todos os atrasados seriam pagos ou a greve seria deflagrada. Ao final de quatro horas de reunião, essa resposta ainda não foi dada, segundo consideram os sindicalistas.

Leia mais:

DÍVIDA

Vindo de Goiânia (GO), onde foi nomeado interventor da antes poderosa Transbrasiliana Transporte e Turismo, Marino Tolentino Filho explicou que a assembleia dos credores autorizou o leilão de 10% dos imóveis da empresa no Pará para pagar R$ 7,5 milhões de uma dívida que chega a R$ 75 milhões. Desse apurado, 70% vão para pagar credores e outros 30% para o caixa da empresa. É desse dinheiro que ele espera pagar questões trabalhistas em aberto.

De outro lado, Karam el Hajjar explicou que a dívida é crescente e que a conta não fecha mensalmente no transporte público em Marabá. Na visão dele, é necessária a recomposição da inflação dos últimos dois anos na tarifa do transporte.

Para os envolvidos na reunião, a saída passa por várias medidas, desde a recomposição, a criação do terminal de integração, que reduziria o custo operacional das empresas, entre outros. Interessante é que a Prefeitura de Marabá em momento algum cogita a realização de uma nova concorrência pública para concessão a outros grupos.

Os sindicalistas deixaram clara a sua posição de que não têm resposta satisfatória a dar aos rodoviários que estão sem pagar suas contas, em desespero e que apenas a assembleia poderá deliberar sobre greve ou não, levando em conta a gravidade do caso. (Da Redação)