Correio de Carajás

Alunos do Gaspar Viana seguem inconformados

Realocados em um prédio provisório, na Folha 30, Nova Marabá, estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio e Integral, Dr. Gaspar Vianna, reclamam das instalações e cobram a reforma do antigo prédio, localizado na Folha 16. Um dos maiores incômodos dos alunos é justamente a distância do local onde estão instalados desde agosto, quando o prédio do colégio foi interditado.

“Tem gente que mora longe e fica ruim pra vir para a escola, além disso a falta de estrutura tira nossa atenção. Gostaríamos que o prédio fosse reformado e pudéssemos voltar para lá”, comentou Ezequiel Oliveira da Silva, com o que concorda Eric Lima da Silva.

“No prédio atual a situação está difícil, antes ficava mais perto da gente vir para a escola porque as pessoas moram naquele setor e não tem um ônibus para nos levar para outro local, nem todo mundo tem dinheiro pra pagar coletivo”, comentou.

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Para Weslei Sousa Alves, o problema também é um incômodo. “O que me incomoda aqui é a distância porque lá era mais perto da minha casa, aqui é muito mais longe. Os colegas reclamam, a maioria, pela distância. O que mais incomoda é isso porque quem tem carro pode vir, mas quem não tem muitas vezes têm a vida complicada”.

Outra reclamação constante dos estudantes é a qualidade das refeições servidas, uma vez que a escola é de ensino integral e eles precisam passar o dia todo no local. “Incomoda porque chegamos às 7 horas e saímos 17 horas, mas a comida é muito ruim, não temos estrutura para isso e eles não deixam a gente ir pra casa comer. Ou os pais trazem comida ou a gente se vira”, diz Elen Maria Dias Vaz, acrescentando que, além disso, o prédio apresenta goteiras e algumas centrais de ar-condicionado não estão funcionando.

Kaline Caetano afirma que muitas vezes a refeição diária dos alunos não passa de biscoitos com leite. “A merenda escolar é péssima, são péssimas condições, na verdade não temos. Quando tem é uma mistura de água com não sei o que, que dizem ser café com leite e uma bolacha, quando tem”.

Ela reclama também das condições dos banheiros e da falta de quadra de esportes. “Não temos quadra para aula de Educação Física e em algumas salas não são boas as centrais, queremos que reformem para podermos voltar”.

Alunos estão alojados em prédio considerado distante de onde vivem

Interdição

O prédio na Folha 16 foi interditado após parte do telhado desabar, em maio deste ano. À época do desabamento, a Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) informou que planejava iniciar reforma no local ainda em julho, o que não ocorreu até agora. Procurado pela Reportagem, o diretor da escola, Valdeci Meireles, afirmou que a promessa é que seja iniciada ainda neste ano.

“A última notícia é que iniciariam logo após as eleições porque o processo foi estagnado em função do período eleitoral. Esperamos que ainda este ano iniciem”, afirmou, acrescentando que, ao contrário do que dizem os alunos, atualmente todas as centrais de ar-condicionado do prédio estão funcionando.

“A maior parte dos problemas foi sanada, tivemos problema grande em relação à rede elétrica que não era adequada para a quantidade de centrais instaladas, aí tivemos queda de energia e princípio de curto circuito. Temos algumas goteiras, agora no período chuvoso estamos investigando alguns pontos, mas não dentro de sala de aula”.

Em relação à merenda escolar, ele afirma que os produtos recebidos são de boa qualidade e que há estoque do principal, como frango, carne, açaí e biscoito, mas falta no momento temperos, legumes e verduras. “Segundo informações do pessoal da Seduc, é um problema de licitação porque é preciso comprar da agricultura familiar e parte dos fornecedores não possui CNPJ para que possam ser vendidos de acordo com a lei. Dizem que este processo está em licitação para sanar o problema e enquanto isso estamos trabalhando como a gente pode”.

Atualmente, a escola tem 505 alunos matriculados e as aulas deverão seguir até o final de fevereiro de 2019, em função do tempo que passaram sem estudar entre maio e parte de agosto. “Todos aqueles alunos de terceiro ano em nenhuma hipótese serão prejudicados caso sejam aprovados para universidade, faremos processo de aceleramento para estes alunos para que não sejam prejudicados”, finalizou. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)