Correio de Carajás

Superintendente do Incra nega ter incentivado sem-terra a ocuparem área na PA-279

Sem-terra fizeram tal alegação em resposta à abordagem da Polícia Militar

Momento em que sem-terra, em vídeo gravado, cita o superintendente

Teve imensa repercussão no meio rural da região nesta segunda-feira (10/3) a afirmação de alguns ocupantes de uma área às margens da rodovia PA-279, de que teriam sido incentivados diretamente pelo superintendente regional do Incra no Sudeste do Pará, Andreyk Maia. Isso aconteceu em resposta a uma abordagem feita por homens da Polícia Militar. Ainda neste início de semana, o próprio Andreyk Maia divulgou vídeo negando tal procedimento e dizendo que sequer esteve com tais pessoas em algum momento.

Andreyk Maia nega ocorrência e pede investigação da PF

O Incra também emitiu nota oficial negando tal ocorrência e informando que registrou a situação junto à Polícia Federal, assim como solicitou investigação sobre o fato.

A ocupação está acontecendo em uma área que fica entre Ourilândia do Norte e Água Azul do Norte.

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ENTENDA

No domingo, ao conversarem com policiais do 36° BPM, lideranças dos manifestantes alegaram que ele é quem teria orientado a ocupação, com a promessa de assentar o grupo com quase 400 famílias em uma área próxima à mina da Mineração Onça Puma.

No vídeo que divulgou nesta segunda-feira, Andreyk ressalta que jamais teria feito tal orientação e que não reconhece a legitimidade do movimento, que diz ter apoio da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetagri).

Nem houve promessa de cadastramento para o suposto assentamento no terreno próximo à mineradora em Ourilândia.

Veja a íntegra da nota do Incra:

“Nota sobre ocupação em Ourilândia do Norte (PA)

A Superintendência Regional do Incra Sudeste do Pará vem prestar informações quanto aos questionamentos da imprensa regional a respeito do movimento de ocupação em uma área próxima ao projeto de mineração Onça Puma, às margens da rodovia PA-279, entre os municípios de Ourilândia do Norte (PA) e Água Azul do Norte (PA). No local, a Polícia Militar do Pará teria sido informada pelos ocupantes que o grupo estaria à espera do Incra de Marabá (PA), para realizar o cadastramento das famílias, após terem sido supostamente orientados pelo superintendente Andreyk Maia a fazer tal mobilização.

Contudo, a Regional do Incra informa que desconhece completamente a legitimidade da ocupação. O superintendente regional do Incra Sudeste do Pará, Andreyk Maia, informa que não houve nenhuma orientação sua para ocupação da referida área e que estão sendo tomadas medidas administrativas, junto à Polícia Federal, para apurar o uso indevido do nome do superintendente e da instituição no episódio.

O Incra Sudeste do Pará reafirma o seu compromisso com as demandas legítimas dos trabalhadores rurais da região e dos movimentos sociais do campo devidamente constituídos, sempre dentro dos limites da legalidade e conforme as diretrizes do Plano Nacional de Reforma Agrária.