Correio de Carajás

Marabá supera o Pará em percentual de pessoas com curso superior

Em Marabá, 32,76% da população não possui nenhum nível de instrução ou têm o ensino fundamental incompleto/Foto: Jordão Nunes

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na quarta-feira (26), dados preliminares sobre a educação nos municípios brasileiros. As informações incluem frequência escolar, nível de instrução, média de anos de estudo por cor ou raça, média de anos de estudo por sexo e áreas de formação superior. Já os dados sobre alfabetização foram divulgados em maio de 2024.

No que diz respeito ao nível de instrução da população, Marabá apresenta um percentual de 32,76% de pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto. Em comparação com o Estado do Pará, Marabá se destaca, uma vez que o percentual de paraenses nessa situação é 5,78% maior, atingindo 38,54%.

Em relação ao ensino médio completo e superior incompleto, o município também está à frente do Estado. Marabá possui 38,78% da população nesse nível, enquanto o Pará registra 32,99%. Já o percentual de pessoas com ensino superior completo é de 11,72% em Marabá, contra 10,58% no Estado.

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Outro dado relevante é a média de anos de estudo. No recorte por cor ou raça, que contempla cinco classificações, Marabá supera os números do Estado em todas elas. Em Marabá, a média de anos de estudo por grupo racial é a seguinte: pessoas amarelas (de origem asiática) completam, em média, 11,7 anos de estudo, pessoas brancas 10 anos, pessoas pretas 8,7 anos, pessoas pardas 9 anos e pessoas indígenas 7,5 anos. No Estado, os números são 10,7 anos para amarelas, 9,5 para brancas, 8,4 para pardas, 8,2 para pretas e 6,7 para indígenas.

Quando analisamos a média de anos de estudo por sexo, observamos que as mulheres marabaenses passam mais tempo estudando do que os homens, com uma diferença de 0,8 anos. As mulheres ficam, em média, 9,6 anos na escola, enquanto os homens estudam por 8,8 anos.

Em termos de frequência escolar, Marabá apresenta bons índices nas faixas etárias de 4 a 5 anos (86,27%), 6 a 14 anos (98,24%) e 15 a 17 anos (83,62%). No entanto, esses números caem nas extremidades etárias, com apenas 19,86% de frequência escolar entre crianças de 0 a 3 anos e 28,53% entre jovens de 18 a 24 anos.

Outro dado interessante é o perfil das áreas de formação preferidas pelos marabaenses. Na cidade, 6.334 pessoas são formadas nas áreas de negócios, administração e direito. Em seguida, 4.776 pessoas têm formação em educação e 3.634 em saúde e bem-estar.

PARAUAPEBAS, CANAÃ DOS CARAJÁS E CURIONÓPOLIS

Para analisar o contexto educacional da região de Marabá, esta reportagem também considerou os dados de municípios vizinhos: Curionópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás.

Em termos de frequência escolar, Curionópolis se destaca, superando os outros dois municípios em quatro faixas etárias: 0 a 3 anos (22,96%), 4 a 5 anos (88,83%), 6 a 14 anos (100%) e 15 a 17 anos (85,98%). Em Parauapebas, esses números são de 17,22% (0 a 3 anos), 81,57% (4 a 5 anos), 98,8% (6 a 14 anos) e 85,2% (15 a 17 anos), enquanto em Canaã os percentuais são 21,09%, 85,97%, 99% e 85,19%, respectivamente. Comparando os dados, fica claro que os estudantes de Parauapebas têm uma frequência escolar superior à de Marabá.

Entretanto, quando analisamos os níveis de instrução, Marabá perde para Curionópolis. A cidade de Curionópolis tem 40,71% da população sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, quase metade da população. Além disso, apenas 8,03% dos curionopolenses têm ensino superior completo. Em comparação, Parauapebas e Canaã apresentam dados melhores. O percentual de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto é de 24,33% em Parauapebas e 24,86% em Canaã. Já os percentuais de pessoas com ensino superior completo são de 10,59% em Parauapebas e 11,09% em Canaã.

Curionópolis, berço de Serra Pelada, tem 100% de frequência escolar na faixa etária de 6 a 14 anos

Além disso, a média de anos de estudo é menor em Curionópolis, com exceção dos indígenas, que têm, em média, 8,5 anos de estudo. Em Canaã, a média é de 6,5 anos para indígenas e, em Parauapebas, 5,5 anos. Pessoas brancas estudam, em média, 8,7 anos em Curionópolis, 10 anos em Canaã e 10,4 anos em Parauapebas. Pessoas pretas têm uma média de 8,1 anos em Curionópolis, 9,3 anos em Canaã e 9,1 anos em Parauapebas. Já pessoas pardas têm, em média, 8,2 anos de estudo em Curionópolis, 9,6 anos em Canaã e 8,2 anos em Parauapebas.

Nos três municípios, assim como em Marabá, as mulheres têm uma média maior de anos de estudo do que os homens: 8,9 anos em Curionópolis, 9,8 anos em Canaã e 9,9 anos em Parauapebas.

Quando se observa as áreas de formação, há diferenças entre os municípios mineradores. Em Curionópolis, 486 pessoas têm formação na área de educação; em Parauapebas, 5.208 pessoas se formaram em negócios, administração e direito; e em Canaã, 1.321 pessoas são formadas em engenharia, produção e construção.

(Luciana Araújo)