Mais da metade dos consumidores paraenses estão endividados e um terço possui dívidas em atraso. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio). O percentual de consumidores com dívidas a pagar em setembro de 2018 ficou em 54,2%, 0,9 menor que o mês anterior, quando essa taxa foi de 55,5%. E desse quantitativo dos endividados, 28,9% são inadimplentes por possuir contas atrasadas.
E o número de endividados em setembro deste ano é maior do que o verificado no mesmo período do ano passado. Porém, a assessora econômica da Fecomércio, Lúcia Cristina Lisboa, explica que em 2017 houve um decréscimo no volume de vendas do varejo. Ou seja, as famílias estavam comprando menos e, por isso, a taxa de endividamento foi menor. Já em 2018 ocorreu o contrário. Desde o início deste ano, o varejo verificou um pequeno aquecimento nas vendas e isso fez com que aumentasse também o número de pessoas endividadas, que fizeram compras parceladas.
“Os consumidores voltaram a comprar, mas não significa que tenham mais renda e emprego. Mas houve sinais de melhorias na economia, apesar de hoje o consumidor estar mais cauteloso e inseguro”, pontua Lúcia, ao acrescentar que esse incremento nas vendas tem como um dos motivos uma pequena redução da taxa de juros Selic – que gera um efeito sobre as demais taxas cobradas na economia. “Nossa taxa de juros ainda é alta, mas como houve pequena redução, isso contribuiu para uma evolução moderada da compra parcelada. Os endividados são justamente os que voltaram a comprar de forma parcelada”.
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Alguns consumidores são exceção e preferem não contrair novas dívidas, justamente por já terem passado por essa experiência que compromete o orçamento. Uma delas é a universitária Raimara Santos, 26 anos. Controlada, ela diz que costuma guardar dinheiro quando precisa comprar algo. “Prefiro comprar à vista pra gastar só o que tenho no momento. Fico de olho nas promoções pra poder comprar. Já fiquei com dívida em cartão. Agora não tenho mais”.
(Diário do Pará)