Correio de Carajás

Espetáculo Lugar da Chuva já está disponível nesta quarta-feira, no Partage Shopping

O espetáculo busca sensibilizar o público para um movimento de reflexão política, abordando de forma crítica alguns temas que são urgentes e atuais para a Amazônia, como os problemas sociais, ecológicos e urbanísticos

Fotos: Nu Abe

LUGAR DA CHUVA, espetáculo criado a partir do intercâmbio entre o coletivo amapaense Frêmito Teatro e o Agrupamento Cynétiko, grupo paulistano que viajou até Macapá para colaborar na criação do espetáculo, realiza apresentação gratuita em Marabá nesta quarta-feira (7), no Partage Shopping. Trata-se de apresentação única na cidade, disponível apenas hoje.

A peça, que conta a trajetória de dois viajantes que navegam por terras amapaenses, apresenta uma visão sobre o Amapá tanto do ponto de vista de quem é nativo, quanto do olhar “de fora”, buscando um lugar de troca onde se possa construir a reflexão.

Logo no início da peça, os atores Raphael Brito e Wellington Dias recepcionam o público e o convida a entrar num barco imaginário, por onde a viagem se inicia. A partir daí, numa espécie de jogo narrativo onde não há personagens fixos, eles vão conduzindo a imaginação do espectador por diversos locais reais e fictícios do Amapá.

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O texto escrito por Ave Terrena, levantado a partir da sua vivência na cidade, é definido pela autora como uma “dramaturgia cartográfica”, onde cada cena é uma ilha independente, mas que está em composição com o todo, apostando numa ousada mistura de fluxo narrativo e poético nas falas.

Na família linguística tupi-guarani “Lugar da Chuva” é o significado da palavra ama’pá,. O roteiro é fruto das experiências vividas durante uma viagem pelo território amapaense realizada entre novembro e dezembro de 2017. Durante essa residência, os coletivos acionaram vivências criativas em locais significativos do entorno da capital, compartilhando a criação de maneira colaborativa e processual. O atravessamento mútuo entre os artistas e os ambientes nutriram a construção da dramaturgia, do vídeo e da direção de arte.

Na sala de ensaio, a experimentação criativa buscou reimaginar, poética e cenicamente, lugares como a Fortaleza de São José, marco colonial da cidade, a Ilha de Santana, com sua floresta de samaúmas e o bairro do Araxá, com suas palafitas urbanas.

Em cena, se entremeiam reflexões sobre uma Amazônia atual, urbana, globalizada, com as questões que movimentam esse momento. Paralelo a isso, o espelhamento e estranhamento com a natureza, ancestralidades e tradições, buscando ir além dos estereótipos sobre a floresta enquanto um lugar inabitado e sem história.

A peça também conta com projeções de vídeo, criadas pela paulista Luciana Ramin, exibindo imagens que foram registradas em Macapá durante o processo de criação. O material bruto foi editado pela artista tendo como inspiração a estética da videoarte, em que ela busca reimaginar as paisagens amapaenses a partir de um viés mais poético e menos documental.

O cenário do espetáculo é minimalista, composto de peças compactas e modulares que podem se adaptar a diferentes espaços, permitindo assim, que a peça seja viajante assim como seus narradores. A proposta da cenógrafa Daniele Desierrê foi compor com diferentes elementos visuais, táteis e olfativos que fazem parte do modo de vida na Amazônia, tendo em conta o fluxo contínuo entre a cidade e a floresta. Boa parte dos elementos utilizados foram coletados por ela durante a residência em Macapá e Santana.

A concepção geral do projeto é do diretor e produtor amapaense Otávio Oscar, que deu início à proposta assumindo o desafio de repensar, através do teatro, o lugar da identidade e da cultura amazônicas, que agora não são mais definidas apenas pelas tradições e ancestralidades, mas também por essa nova faceta globalizada que é a Amazônia urbana.

A circulação de LUGAR DA CHUVA pelo Maranhão e Pará é realizada com patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Sinopse

O espetáculo LUGAR DA CHUVA é uma viagem afetiva e poética pela Amazônia amapaense, fruto de uma residência artística na cidade de Macapá e seus arredores. A dramaturgia cartográfica, que organiza o texto por ilhas, navega por diversos locais na foz do Rio Amazonas, reinventando cenicamente as sensações e reflexões que atravessam os corpos durante o seu percurso entre a cidade e a floresta, entre o mato e concreto, entre o rio e a rua.

Ficha técnica

Patrocínio: Instituto Cultural Vale

Realização: Frêmito Teatro e Associação Gira Mundo

Projeto realizado através da Lei de Incentivo à Cultura – PRONAC, Ministério da Cultura e Governo Federal do Brasil

Criação: Frêmito Teatro (AP) e Agrupamento Cynétiko (SP)

Atores: Raphael Brito e Wellington Dias

Direção, Iluminação e Sonoplastia: Otávio Oscar

Dramaturgia: Ave Terrena Direção de Arte: Daniele Desierrê Videoartista: Luciana Ramin

Coordenação Geral: Associação Gira Mundo

Coordenação de Produção: Otávio Oscar

Produção Executiva: Adriana Lemos (D23 Produções) e Luís Garcia

Assistente de Produção: Marina Pereira (Mar Produções)

Produção Local: Marcela Rios (Açailândia e Santa Inês-MA), Núbia Suriane (Marabá-PA), Lucas Silva e Jairon Gomes (Canaã dos Carajás-PA), e Leury Monteiro (São Luís-AM) Identidade Visual: Ugo Farias

Redes Sociais: Irlan Paixão

Design Gráfico: Fabrício Dias

Edição de Vídeos: André Coletti (Plano 11 Comunicação)

Assessoria de Imprensa: Tay Marquioro (PA) e Dyego Rodrigues (MA)

Apoios: Teatro Municipal de Açailândia, Secretaria Municipal de Cultura de Santa Inês, Shopping Partage Marabá, Casa de Cultura Canaã dos Carajás, Teatro SESC Napoleão Everton.

Serviço

Espetáculo

LUGAR DA CHUVA

Duração: 70 minutos