Os dados mais recentes sobre a população paraense colocam a cidade de Marabá, na região sudeste estadual, entre as cinco mais populosas do Pará, com mais de 266 mil habitantes. O crescimento foi superior a 14% em relação ao levantamento feito em 2010. Além da quantidade de moradores, os números do Censo do IBGE são base para planejamento e ampliação de serviços públicos voltados à qualidade de vida dessa população, como o saneamento básico.
Para garantir o atendimento de demandas nessa área, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) mantém, em Marabá, sistemas de captação, tratamento de aproximadamente 2 milhões de litros de água por hora distribuídos para mais de 25 mil imóveis, além de umas das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) mais modernas no estado.
Com cinco elevatórias que bombeiam os resíduos coletados dos pontos mais baixos para o mais alto e para o tratamento, a Estação conta com suporte para retirada dos materiais sólidos descartados incorretamente na rede. Durante o fluxo de tratamento, o líquido gerado é separado e direcionado para dois módulos com oito biodigestores, em que colônias de bactérias fazem o tratamento anaeróbio de limpeza da água.
Leia mais:Coordenador técnico da Cosanpa no município, Leonardo Lima explica a importância da infraestrutura para a oferta de esgotamento sanitário aos moradores. “Hoje, Marabá conta com uma das estações de tratamento de esgoto mais modernas do estado. Isso é um avanço nos investimentos em saneamento e nosso objetivo é que cada vez mais residências sejam interligadas ao sistema de esgoto para evoluirmos ainda mais no atendimento ao saneamento básico no município”, explica Leonardo.
Além da separação de resíduos e tratamento de esgoto, o funcionamento da ETE em Marabá possibilita o desenvolvimento de projetos de pesquisa voltadas ao reaproveitamento de outras substâncias geradas no curso dos resíduos, como lodo e gás metano. “Após o tratamento feito por meio de bactérias, conseguimos separar outras substâncias para tratamento e reaproveitamento junto com universidades na geração de subprodutos como tijolos orgânicos, adubo orgânico e outros materiais possíveis”, acrescenta Leonardo.
Investimentos
Com captação feita a partir do rio Tocantins, a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Marabá, recebeu melhorias em equipamentos de captação e bombeamento que fortaleceram o serviço na cidade. Os trabalhos foram realizados durante o último mês com a atuação de equipes em Marabá e em Belém na manutenção e correção de dispositivos do sistema, que ampliaram a capacidade de distribuição de água para diferentes pontos da cidade.
Sobre as melhorias no sistema local, Leonardo pontua o trabalho para garantir a qualidade do líquido distribuído. “São quase 2 milhões de litros de água produzidos por hora. Como ela vem rio, é cíclica. Às vezes vem mais limpa, outras com mais resíduos sólidos. Por isso, a Estação tem todos os processos para garantir que essa água seja distribuída com uma qualidade”, detalha Leonardo Lima
Presidente da Cosanpa, José Fernando Gomes Júnior explica que a ampliação do sistema de abastecimento de água de Marabá, assim como nos demais municípios atendidos pela Cosanpa, é um dos objetivos da Companhia. “As parcerias com o Governo do Estado e o Governo Federal têm sido fundamentais para continuarmos planejando e executando projetos que contribuam para o fortalecimento e universalização do saneamento nos municípios atendidos pela Cosanpa no Pará. A estrutura existente em Marabá é um exemplo desse trabalho”, avalia José Fernando.
Uso consciente
Com a transição entre o período de chuvas e para o de altas temperaturas, Leonardo reforça a importância da mudança de alguns hábitos da população para evitar desperdícios principalmente nos períodos com pouca incidência de chuvas.
“Marabá é uma a cidade tem um período chuvoso e um veraneio muito intensos, o que aumenta o consumo de água e consequentemente os desperdícios. Nesse período sem chuvas, a população tende a molhar ruas, lavar calçada e regar jardins com mais frequência, aumentando desperdícios e indicadores de consumo, o que afeta a distribuição”, diz Leonardo.
O alerta se estende para o descarte de materiais inapropriados na rede de esgoto. “O esgotamento público é feito para resíduos sanitários e não químicos. Como é um tratamento biológico, resíduos químicos descartados nas residências ou indústrias podem comprometer todo o funcionamento da rede”, conclui o coordenador.
(Ag. Pará)