Correio de Carajás

Mãe e avó dizem que criança pode ter sofrido abuso em Núcleo de Educação Infantil de Marabá

Familiares protestaram na porta do NEI e a PM apareceu no local/ Foto: Evangelista Rocha

Mãe e avó de uma criança de cinco anos, revoltadas, realizaram protesto na tarde desta segunda-feira (6), na porta do Núcleo de Educação Infantil (NEI) Arco-Íris, na Av. 5 de Abril, na Marabá Pioneira. As duas acusam que a menina teria sofrido abuso sexual dentro do educandário e cobram que o fato seja rigorosamente e prontamente apurado. Da calçada, ontem, elas gritavam para chamar a atenção de vizinhos e de outros pais, assim como de funcionários da creche mantida pelo município.

A reportagem ouviu as duas mulheres, mas não pode divulgar os nomes e nem as fotos delas, pois por tabela estaria expondo a possível vítima, o que é proibido.

Segundo a mãe, ela estava no serviço na última quinta-feira dia 2 de maio, quando recebeu um telefonema de uma professora do NEI, por volta das 16 horas, avisando que a filha dela havia sofrido um acidente no vaso do banheiro. Teria sido uma queda, pela qual a criança ficou sangrando.

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A mulher diz que pediu à babá da criança que fosse até o NEI, na frente, e averiguasse a situação. A primeira coisa que ela achou estranho foi não lhe permitirem acesso ao banheiro onde teria ocorrido o acidente. A babá levou a criança para casa e lá percebeu que a calcinha da mesma havia sido lavada e ainda estava molhada.

“Ela (a babá) me ligou de novo e falou que eu viesse ver, pois para ela a minha filha tinha sido violentada. Nessa hora, eu que trabalho na orla, vim correndo para casa sem ver nada na minha frente”, diz a mãe, que afirma ter corrido com a filha para o Hospital Municipal de Marabá, onde ela relatou a suspeita e foi rapidamente atendida.

Diz, ainda, que foi atendida por médica, enfermeira e uma assistente social. “Me mostram e falaram que ela estava com o hímen rompido, com uma laceração”, relata, afirmando que ali mesmo no hospital esperou por uma delegada de polícia até às 20 horas e a mesma não apareceu por lá, apenas uma escrivã que propôs fazer um registro no dia seguinte.

Os dias se passaram e a mãe diz que o assunto apenas esfriou e não percebeu providências de nenhuma das partes, assim como o NEI se calou sobre o assunto, o que suscitou a sua atitude desta segunda-feira, de alertar os demais pais sobre a grave ocorrência.

NADA OFICIAL

O CORREIO não conseguiu descobrir nesta segunda-feira quem é a delegada à frente do caso na Deam.

Quanto à Secretaria Municipal de Educação e à Prefeitura de Marabá, não houve manifestação oficial sobre o caso. O Jornal levantou que a diretora do núcleo estaria viajando e retorna esta semana.

Uma outra funcionária do NEI falou com a nossa reportagem, mas informalmente, alegando que não tinha autorização para falar oficialmente pelo educandário. Ela disse que na equipe não existe nenhum homem e que por isso seria impossível que a menina tenha sido vítima de abuso lá dentro. Reforçou que houve, sim, um acidente com a criança, conforme relatado à mãe na data.

(Da Redação / Reportagem: Josseli Carvalho)