Correio de Carajás

O que é deepfake e como é usado para distorcer realidade

Técnica usa inteligência artificial (IA) e outros conteúdos verdadeiros, como foto e vídeo, para criar adulterações realistas.

Tecnologia da Unicamp visa combater as deepfakes — Foto: Reprodução/EPTV

A criação de vídeos adulterados e realistas ficou muito mais simples com o chamado deepfake. Com ele, é possível colocar pessoas em situações constrangedoras ou, no mínimo, inusitadas.

Na terça-feira (27), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou 12 propostas de resolução que serão aplicadas nas eleições municipais deste ano. Entre elas, estão regras para o uso da Inteligência Artificial (IA) e até mesmo a proibição do uso dos deepfakes nas campanhas.

Mas o que o termo deepfake significa? Deepfake é uma técnica que permite mostrar o rosto de uma pessoa em fotos ou vídeos alterados com ajuda de inteligência artificial (IA). Para criar o material editado, basta ter um vídeo verdadeiro e modificá-lo com um dos vários aplicativos criados com essa finalidade.

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Um dos usos mais preocupantes dessas ferramentas é a criação de vídeos pornográficos com o rosto de outras pessoas. Em 2020, um relatório da empresa Sensity indicou que nudes falsos de mais de 100 mil mulheres estavam sendo compartilhados na internet.

As imagens adulteradas também são usadas na política. Em 2019, a ex-presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi vítima de um deepfake que se baseou um vídeo autêntico para sugerir que a representante democrata tinha dificuldades na fala em um discurso.

O autor desse deepfake desacelerou o vídeo original e editou a fala para dar a entender que ela estava tropeçando em suas palavras. O conteúdo com desinformação teve ampla circulação nas redes sociais e chegou a ser removido do YouTube.

Inicialmente, o Facebook se limitou a reduzir a distribuição do vídeo e a alertar usuários que o material poderia ser enganoso. No início de 2020, a plataforma anunciou que passaria a remover deepfakes, exceto em casos de sátiras.

Antes do vídeo falso de Pelosi, até mesmo o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, apareceu em um deepfake. O vídeo adulterado mostra o que seria ele falando sobre dominar o mundo e foi mantido no ar pelo Instagram, controlado pela empresa do executivo.

(Fonte:G1)