Correio de Carajás

Jovem dado como morto aparece vivo meses após família receber cinzas

Tyler Chase e a família viveram um enredo de filme na vida real

Legenda: Reencontro com a família aconteceu por uma chamada de vídeo Foto: Shutterstock

Os primeiros sinais de que algo estava errado surgiram quando Tyler Chase, de 22 anos, tentou usar seu cartão de benefícios em uma loja de conveniência no estado de Oregon, nos Estados Unidos, e não teve sucesso. Ao entrar em contato com as autoridades responsáveis, foi surpreendido com a informação de que havia um atestado de óbito registrado em seu nome.

As emoções não pararam por aí: pouco tempo depois da ocorrência na loja, Tyler descobriu que supostas cinzas do próprio corpo haviam sido enviadas para a família dele.

O jovem viveu por anos sob o uso de drogas, cortou laços com familiares e, em 2020, após a morte da mãe, mergulhou de vez no mundo da metanfetamina. Após ser preso, em 2023, Tyler foi para uma instalação de moradia temporária em Portland, onde pôde tratar seus vícios. No entanto, ao ser liberado e tentar um trabalho, não conseguiu.

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“Obviamente, você não pode realmente se candidatar para vagas quando está morto“, disse ele em uma entrevista ao New York Times.

Tyler só descobriu sobre o atestado de óbito em outubro do ano passado, quando passou pela situação na loja de conveniência.

COMO ISSO ACONTECEU?
O desdobramento da história de Tyler ocorreu em dezembro do ano passado, quando um policial foi até a instalação de moradia temporária do jovem, querendo saber o motivo pelo qual estavam buscando os documentos de um homem que havia sido identificado como morto.

Na noite seguinte da visita do agente, o principal investigador do Escritório do Examinador Médico do Condado de Multnomah visitou Chase para explicar seu erro, segundo ele.

O equívoco ocorreu quando outro morador do mesmo centro de recuperação foi encontrado morto por overdose de fentanil. Com ele estava a carteira de Chase. “Lamentamos profundamente que a confusão tenha acontecido”, disse o escritório do médico legista em seu comunicado.

Keith Pinckard, presidente da Associação Nacional de Médicos Legistas, declarou que esse tipo de erro é raro.

REENCONTRO COM A FAMÍLIA
Chase reencontrou a família logo após os esclarecimentos das autoridades. A prima dele contou que os familiares chagaram a arrecadar mil dólares para cremar o corpo do rapaz.

“Senti que deveria ter feito mais depois que a mãe dele morreu. Posso apoiar ele agora, posso fazer as coisas que eu desejava ter feito antes”, desabafou ela. De acordo com a prima, a alegria do reencontro fez lembrar do erro e descaso das autoridades.

“Eu tinha as cinzas do filho de alguém, e nem sabiam que o ente querido deles estava morto. Isso é o que realmente me entristece na situação. Eles simplesmente os tratam como se não fossem ninguém”, declarou.

(Diário do Nordeste)