Além das novas pontes, a companhia é responsável pela construção da Usina da Paz, do Hospital Materno-Infantil e da primeira planta comercial da Tecnored no Brasil, tecnologia inovadora focada no desenvolvimento de ferro-gusa de baixo carbono, todas em Marabá. As duas primeiras integram o Programa Estrutura Pará, política pública estadual que estimula empresas do setor mineral a realizarem obras de infraestrutura no Estado. Já a terceira é uma subsidiária 100% Vale que está sendo construída no Distrito Industrial de Marabá como parte das soluções desenvolvidas pela mineradora para a descarbonização da indústria siderúrgica no país.
Juntas, essas quatro obras respondem por 1,8 mil postos de trabalho no município, entre diretos e indiretos. Cerca de 1,3 mil desses profissionais são moradores da região, a exemplo de Rutcleia, que é natural de Marabá. “A minha experiência no curso de qualificação abriu as portas para o meu tão sonhado emprego. Foi através dessa oportunidade que pude dar início a outros grandes sonhos, como a minha casa própria”, conta ela.
Leia mais:Segundo Edivaldo Braga, gerente de Territórios Serra Leste e Marabá na Vale, a contratação local faz parte da estratégia da empresa para contribuir com o desenvolvimento da região. “A Vale tem como uma de suas premissas a contratação de profissionais da região e incentiva as empresas contratadas e prestadoras de serviços a adotarem a mesma política de incentivo ao desenvolvimento local. Para além da geração de emprego e renda, esses empreendimentos movimentam os municípios com a arrecadação de impostos, como ISS e ICMS, e a contratação de fornecedores locais”, afirma o gestor.
As contratações de trabalhadores são feitas via Sistema Nacional de Empregos (Sine) e priorizam profissionais da região. Nesse sentido, para atender moradores de comunidades mais afastadas da sede dos municípios ou dos bairros próximos aos projetos da companhia, são realizadas ações itinerantes de cadastramento, como a que ocorreu na Vila Café, localizada perto do Distrito Industrial de Marabá.
Na ocasião, o Sine, a Tecnored, a Vale e a empresa IMC Saste Construções Serviços e Comércio, responsável pelas obras civis da Tecnored, realizaram uma ação na comunidade para cadastrar as pessoas que desejam concorrer às vagas que serão abertas na segunda etapa de implantação do empreendimento ou mesmo para outras oportunidades no mercado local.
Com o setor da construção civil a todo vapor na região, com obras da Vale, das gestões municipais e do ramo imobiliário em execução, alguns profissionais já se tornaram escassos no mercado local. Assim, para continuar incentivando a contratação de moradores da região, a mineradora e o Consórcio Ponte Rio Tocantins, responsável pelas obras civis do projeto, criaram a “Escola de Operadores”. A iniciativa formou os primeiros nove operadores de rolo compactador e de trator agrícola em 2023 e já planeja abrir uma nova turma neste semestre.
Segundo Sílvio Azevedo, gerente de Implantação das novas pontes, além do conteúdo teórico, os alunos foram capacitados simulando situações realistas em um centro de treinamento montado dentro do canteiro de obras. Após a formação, durante 30 dias, eles continuaram sendo acompanhados sempre que operavam as máquinas. Agora, não eram mais os instrutores que iam junto, mas colegas da área, veteranos na função, aos quais chamavam de “padrinhos”.
“Todo esse acompanhamento garantiu maior maturidade aos novos operadores, gerando para o mercado de trabalho local profissionais capacitados em todos os aspectos: segurança, meio ambiente, operação e mecânica desses equipamentos”, explica o gerente.
Formação garantiu ambiente diverso e inclusivo
Quando soube da formação, Rayza Reis deixou o emprego de vendedora no shopping para participar do curso. Três meses depois, tornou-se a primeira mulher da “Escola de Operadores”. Hoje, já empregada na obra, ela conta que sonha em operar outros equipamentos no futuro.
“Até quatro meses atrás, eu não sabia nada sobre como operar uma máquina. Normalmente, esse setor é dominado por homens. Para mim, foi uma oportunidade única. Sou muito grata, recebi todo suporte que precisei e me sinto respeitada pelos meus colegas. Hoje tenho uma nova profissão e, no futuro, pretendo pegar outras máquinas”, comenta a operadora.