Na manhã desta terça-feira (7), policiais militares lotados no 1º Batalhão Rural de Marabá, que patrulhavam a região da Vila Consulta, fronteira entre Marabá e São João do Araguaia, prenderam um homem sob suspeita de cometer crime ambiental dentro da área da Fazenda Mutamba. Em poder do acusado foi apreendida uma espingarda do tipo “por fora”.
Identificado como Francisco da Conceição de Souza, ele foi flagrado na chamada “Área da Cigana”, onde existe uma reserva ambiental, pertencente à Fazenda Mutamba, que vem sendo devastada por criminosos há anos.
Segundo a Polícia Militar, no local, além de castanheiras serradas, foram encontrados apetrechos para cometimento do crime ambiental, como amolador de motosserra, catraca manual para rolar árvores, óculos de proteção, fita métrica para cubagem da madeira, entre outros objetos.
Leia mais:Capitão Costa, que comandou a operação, confirmou que Francisco e outra pessoa foram encontrados dentro da fazenda. Disse também que havia mais gente no acampamento, devido aos vestígios no barracão, inclusive panelas no fogo.
Para chegar aos acusados, os policiais, desta vez, adentraram pelos fundos da área que vem sendo explorada ilegalmente pelos criminosos. A PM já tinha plotado a área com drone e constatou desmatamento no recorte geográfico.
A reportagem deste CORREIO apurou que os desmatadores ilegais revendem grande parte da madeira furtada nos municípios de Eldorado do Carajás e Curionópolis. O transporte geralmente é feito em horários e dias onde a fiscalização é menor ao longo da BR-155.
Também ouvido pela reportagem, o acusado Francisco Souza alegou que estava indo em direção à Vila Consulta quando se deparou com os policiais e acabou sendo preso. Disse ainda que mantinha a espingarda no barraco apenas com objetivo de matar gaviões.
O outro homem, que também foi levado para a delegacia, por estar em atitude suspeita na mesma área, não foi autuado. Apenas Francisco foi enquadrado por posse ilegal de arma de fogo.
Vale dizer que os crimes ambientais praticados na Fazenda Mutamba ocorrem há anos. De tempos em tempos os criminosos ficam mais audaciosos e desmatam grandes áreas dentro da reserva legal, depois passam um tempo sem aparecer no local esperando a poeira baixar. Nessa toada, os prejuízos causados aos donos da propriedade rural são incalculáveis. (Chagas Filho, com informações de Josseli Carvalho)