Correio de Carajás

BR-155: DNIT promete ‘devolver’ a trafegabilidade da rodovia em 60 dias

Neste trecho, mostrado pelo CORREIO em junho, valão provocando trânsito lento - Fotos: Jeferson Lima

Parece que a tortura de quem precisa trafegar pelos intermináveis 100 quilômetros de buraqueira que ligam Marabá ao município de Eldorado do Carajás, na BR-155, estão com os dias contados. Pelo menos é o que promete o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Diego Benitah, que esteve em Marabá no final da manhã desta sexta-feira, 11, para assinar o contrato da execução das obras de reconstrução dos pontos críticos da estrada. A providência chega após ampla reportagem do CORREIO, denunciando a precariedade da via e o abandono do DNIT a esse trecho.

Com um investimento inicial de aproximadamente R$ 35 milhões, a obra pretende sanar os transtornos de quem trafega diariamente pela rodovia. Com crateras capazes de provocar acidentes graves com carros de passeio, ônibus e carretas, a BR-155 é atualmente uma das principais rotas de escoamento de grãos e minérios, tendo diariamente um volume muito grande de carretas passando pela via. Grande parte delas oriundas do Mato Grosso.

Durante entrevista ao CORREIO, Benitah foi questionado sobre uma possível duplicação da rodovia, algo que sempre é reivindicado pelo empresariado de Marabá.
“O que nós fizemos de forma imediata foi implantar a manutenção, que é para poder dar trafegabilidade, até porque estamos tendo vidas que estão sendo ceifadas por conta dos números elevados de acidentes de trânsito. Mas, nós estamos com dois processos em paralelo que é a adaptação da rodovia, porque ela era uma PA (estadual), então tem esse formado sem acostamento. Então, vamos fazer esse serviço de reconstrução, enquanto a gente vai avançando no projeto para conseguir o recurso para realizar a duplicação. Já existe a demanda nesse corredor. Tanto na BR-155 como na BR-158 o fluxo é muito grande”, disse.

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Esse trecho – intrafegável – está descoberto de contrato de manutenção há mais de um ano, como revelou o CORREIO, e por isso os buracos, que antes eram pequenos, se transformaram em crateras. Sem manutenção, o superintendente ressalta que esse será um trabalho de reconstrução e não de tapa buraco.

Início dos trabalhos

Segundo Benitah, a empresa responsável pela obra já está autorizada a começar imediatamente os trabalhos. Em um esquema de pare e siga, em um primeiro momento a ideia é só trabalhar durante o período diurno, para evitar acidentes, tendo em vista que a BR-155 não possui acostamento.

 

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Denúncia

Em ampla reportagem publicada na edição 4077, em 27 de julho, o jornal CORREIO denunciou que a BR-155 estava precária, e que o trecho de apenas 100 km entre Marabá e Eldorado vinha levando até 3 horas para ser percorrido, um verdadeiro absurdo.

Carros pequenos são os mais propensos a acidentes graves

Sem qualquer aferição de peso, imensas composições rodoviárias massacram os pavimentos das rodovias BR-158, até Redenção e, depois, BR-155, até Marabá. O desgaste se acentuou no último período de inverno e criou imensas e profundas crateras em vários pontos da estrada. Logo próximo a Eldorado do Carajás, um vasto trecho teve o asfalto “esfarelado”, como dizem os motoristas. Nos demais pontos, valas de “fora a fora”, obrigam os motoristas a pararem totalmente os veículos para escolher que parte do assoalho vão bater, usando meia pista.

É assim com um valão que fica logo a 11 km da saída de Marabá no sentido ao sul do Pará. O local é tão perigoso e o buraco tão profundo que no último domingo (24/7), diante do enorme fluxo de veículos no final da tarde, causou engarrafamento de 8 quilômetros.

Arremedo na BR-230

Questionado pela reportagem sobre o desvio na Rodovia Transamazônica, no trecho localizado logo depois da rotatória do KM-6, sentido Nova Marabá – Cidade Jardim, Diego Benitah afirma que o problema será solucionado ainda este ano.

No local em questão, a lateral da pista cedeu, com perda do barranco, e há pelo menos dois anos a pista não é recuperada, tendo sido improvisado um desvio.

“A gente já tem o projeto finalizado e devemos licitar agora esse mês. Vamos começar a trabalhar ainda esse ano nesse ponto crítico e deixar esse trecho solucionado”, garante, revelando que existe um projeto paralelo do entorno de Marabá que irá garantir o desafogamento do fluxo interno da cidade.

Segundo Benitah, além de um viaduto na rotatória do KM-6, uma nova ponte sobre o Rio Tocantins poderá ser construída.

“Está em fase de projeto, bem avançado, tudo concebido pelo DNIT”, finaliza Diego Benitah, que está há pouco mais de três meses à frente do DNIT no Estado do Pará. (Ana Mangas)