Depois do fracasso em casa, diante da Tuna, no último sábado (24), quando perdeu o jogo (1×3) e a segunda colocação no Grupo A da Série D, o Águia de Marabá passou a viver momentos turbulentos como ainda não tinha vivido nesta temporada. Agora o time embarcou rumo ao Acre e depois irá ao Amazonas, onde fará dois jogos, respectivamente: São Francisco neste domingo (2) e Humaitá, no dia 8.
Desta sexta até o dia 9, o Águia fica longe do estádio Zinho Oliveira e da sua torcida. Mais de 2.700 km separam Marabá de Rio Branco, onde o time joga domingo. Depois disso, a delegação vai até Humaitá, no Amazonas. Será uma epopeia.
É uma longa distância e um período igualmente longo sem jogar na terrinha. Durante esse tempo o time deve ficar bastante concentrado pra retomar o caminho das vitórias. Pelo menos é assim que avalia o treinador Mathaus Sodré.
Leia mais:E, pra esse jogo, ele terá um desfalque: o lateral direito Bruno Limão, um dos mais regulares do time, está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Gabriel Agu ou Danilo Cerqueira são cotados para correr por aquele lado do campo. Mas isso é ainda especulação.
Será a segunda partida seguida sem um dos laterais titulares, pois no jogo contra a Tuna, o lateral esquerdo Evandro também cumpriu suspensão devido ter sido expulso na partida anterior.
Classificação e armadilhas
O Águia ocupa a terceira colocação do Grupo A, com 16 pontos, atrás de Tuna (19) e Nacional (20). No retrovisor dos aguianos estão Humaitá (com 14 pontos) e Princesa (13).
Essa é uma posição perigosa, pois Humaitá e Tuna se enfrentam neste sábado (1º), às 15h, no Souza, em Belém. Uma vitória dos amazonenses e um tropeço do Águia pode jogar o Águia para a quarta colocação e logo em seguida o time marabaense enfrentará justamente o Humaitá.
Além disso, o São Francisco, adversário deste domingo, embora ocupe a vice lanterna do grupo, com seus modestos 9 pontinhos, não está morto, não. Eles, inclusive, vêm de vitória fora de casa e um novo triunfo pode recolocar o time acreano na briga por uma das quatro vagas para o mata-mata.
Queda de rendimento acaba lua de mel com a torcida
A última vez que o Águia saiu e campo com 3 pontos foi no dia 11 de junho, quando venceu o Trem no Amapá, por 1×0. De lá pra cá, as coisas desandaram inesperadamente.
Um modorrento empate em 0x0 com o mesmo Trem dentro do Estádio Zinho Oliveira já era um prenúncio do que estava por vir. Nesse dia a torcida já ficou com uma pulga atrás da orelha, pois o Trem era (e ainda é) o lanterna do grupo.
Depois disso, os comandados de Mathaus Sodré foram até o Amazonas jogar contra o Nacional e veio de lá com mais um 0x0 na bagagem. O resultado foi até considerado normal, tendo em vista a viagem e o adversário.
Veio então o jogo contra a Tuna. Imaginar-se-ia que o Águia faria algo melhor, afinal estava diante de sua torcida e tinha a seu favor o retrospecto mais recente: empatou com a Tuna em Belém, no primeiro turno, e venceu a mesma Tuna, também na capital do Estado, pelo Parazão 2023.
Mas o que se viu ao final do jogo foi uma derrota por 3×1, deixando a torcida indignada, soltando marimbondos contra os jogadores e deixando a atmosfera no Zinho Oliveira bastante pesada, inclusive ameaçando vigiar os atletas nos dias de folga.
Tudo isso mostra que o momento vivido pelo time é incomum e as cobranças são crescentes. Ao que parece, o Águia vai ter que se acostumar com o peso de ser o campeão paraense.
Adauto alegou questões pessoais para deixar o Águia
Conforme vem sendo amplamente divulgado o meia Adauto já não integra mais o elenco do Águia de Marabá. Após uma conversa com o presidente do time, Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha, o atleta de 29 anos pediu para deixar o time.
A reportagem deste CORREIO tomou conhecimento de que Adauto vem enfrentando problemas familiares, inclusive perdeu uma avó recentemente e seu pai teria sofrido um acidente. Como a família não mora em Marabá, ele decidiu ficar mais perto dos seus parentes.
Esta foi a segunda passagem de Adauto pelo Azulão Marabaense. Na temporada 2022, ele chegou no meio da competição e foi um dos responsáveis pela guinada que o time deu, saindo das últimas colocações para terminar o certame em quatro lugar.
Mas na temporada de 2023, Adauto não conseguiu repetir as mesmas atuações. Não se firmou como titular, mas era constantemente utilizado. Jogou 24 partidas, sendo 13 pelo Parazão, oito pela Série D e três pela Copa do Brasil.
Embora a passagem não tenha sido tão boa, Adauto ainda entrou para a Seleção do Campeonato Paraense e conseguiu marcar dois gols: um no Parazão e outro na Série D.
(Chagas Filho)