Há pouco mais de uma semana, o CORREIO recebeu uma denúncia que relatava a falta de macas no Hospital Municipal de Marabá (HMM) e nesta quarta-feira (21), a queixa se repetiu. Conforme apurou a reportagem, uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ficou parada cerca de duas horas na porta do HMM, à espera de uma maca que transportasse para dentro da casa de saúde, uma idosa que sofreu um acidente doméstico e fraturou as duas pernas. Na ocasião, a Prefeitura de Marabá silenciou sobre o caso.
Além desta, a longa espera para atendimento é uma outra reclamação recorrente dos usuários do sistema público de saúde do município. João Evangelista Vieira Filho, morador do Núcleo Cidade Nova, levou o filho de um ano e meio para o HMM, apresentando vômito e febre. Ele reflete que a demora é resultado do grande volume de pacientes. “A questão maior é que aqui em Marabá o hospital fica muito sobrecarregado, vem muita gente de fora para cá e quem mora aqui tem que esperar muito, porque tem muita gente de fora”. João opina que para melhorar a situação, deveriam ser construídos outros prontos-socorros no município.
O trabalhador rural Antônio Almeida de Oliveira, buscou atendimento médico há 15 dias, por conta de uma hérnia inguinal. O homem pontua que pessoas como ele, que moram na roça, só podem pedir socorro ao hospital, cujo atendimento deixa a desejar. “Quando a pessoa tem condição de se socorrer é bom, mas para quem não tem nada? Quem mora em roça? A gente só vem se socorrer aqui, em um lugar desses”. Ele finaliza dizendo que a saúde de Marabá precisa ser desmascarada.
Leia mais:Luzivam Ferreira, cabeleireiro, levou a filha de 9 anos até o HMM, com queixas de dor ao andar. Para a reportagem, ele comparou a saúde marabaense a de outros lugares do país. “A saúde é muito precária aqui. Já estivemos em outros estados, onde a saúde é de ponta em relação a isso daqui, e o atendimento é rápido. Muda a gestão e é a mesma coisa, não muda nada”.
Os relatos de João, Antônio e Luzivam somam a tantos outros constantemente publicados no CORREIO, onde a população pede, repetidamente, por uma saúde de qualidade no município. (Luciana Araújo e Josseli Carvalho)