Embora não faltem opções de relógios inteligentes que permitem uma leitura aproximada da pressão arterial, a indicação feita pelos produtos não é precisa. Este cenário, porém, está prestes a mudar graças à criação de uma tatuagem eletrônica temporária que permitirá refinar esta medida, aponta uma pesquisa recente.
O estudo, liderado por médicos da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostrou que uma aplicação temporária com sensores pode ser feita no pulso para medir os batimentos cardíacos com uma precisão tão grande quanto a de um eletrocardiograma. Ela é colada na pele e manda informações constantes para um aplicativo.
“A pressão arterial é o sinal vital mais importante que você pode medir, mas os métodos para fazer isso fora do hospital, sem um aparelho de pulso, são muito limitados”, explica Deji Akinwande, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e um dos co-líderes do projeto, ao site da universidade.
Leia mais:A pesquisa completa foi publicada nesta terça-feira (20/6) na revista científica Nature Nanotechnology. A vantagem do método está em permitir uma verificação digital da pressão por longos períodos de tempo e com um monitoramento preciso dos dados, como faz o exame de Holter, por exemplo.
Como é feita a tatuagem eletrônica?
A tatuagem é do tamanho de um cartão de crédito e é feita com grafeno, um material forte e resistente, semelhante ao grafite. Ela é praticamente transparente e não desliza. Nenhum paciente afirmou se sentir desconfortável com o uso.
O dispositivo faz as medições disparando uma corrente elétrica na pele e analisando a resposta do corpo, conhecida como bioimpedância. Existe uma correlação entre a bioimpedância e mudanças na pressão arterial que tem a ver com alterações no volume sanguíneo, mas o cálculo exato que permite a tradução destes sinais em números foi feito pelos participantes do projeto.
O monitoramento contínuo do que os pesquisadores chamam de e-tattoo permite um melhor resultado que os relógios inteligentes. Isso ocorre porque os objetos deslizam no pulso e podem estar longe das artérias, dificultando a entrega de leituras precisas. As medições baseadas em luz também podem falhar em pessoas com tons de pele mais escuros e/ou pulsos maiores.
(Fonte: Metrópoles)