Uma exposição a amônia em ambiente confinado e por um espaço longo de tempo pode causar problemas respiratórios sérios e pode até levar à morte. Quem afirma é o professor Robson Mota, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Felizmente, até onde se sabe, não foi isso que ocorreu durante o vazamento de válvulas do sistema de calibração da amônia na unidade do Frigorífico JBS em Marabá, na segunda-feira (12). Mas fica o alerta.
Pós doutor em Química, o professor Robson Mota foi procurado pela reportagem deste CORREIO e explicou que uma exposição curta e num ambiente de baixa concentração de amônia causa irritação nos olhos, nariz e garganta. Pode até provocar vômitos e náuseas, como parece ter acontecido em Marabá.
Mas, por outro lado, um tempo maior de contato com o gás, dentro de um ambiente confinado, pode ser fatal. “A gente tem lesões pulmonares, fibrose pulmonar, podemos ter também insuficiência respiratória, asfixia e, se esse indivíduo é exposto a essa alta concentração e uma exposição prolongada, ele pode vir à morte”, alerta.
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Por outro lado, o professor tratou de tranquilizar as pessoas que moram em áreas próximas ao frigorífico (como o Residencial Morumbi) ou mesmo que trabalham no Distrito Industrial de Marabá (DIM), onde está instalada a unidade do JBS.
“Não precisam se desesperar porque, como a amônia é um gás, ele se dissipa na atmosfera, então você tem um ambiente externo àquele contaminado; e as pessoas que moram no entorno do local impactado com amônia não precisam se desesperar”, repete o professor Robson Mota.
(Chagas Filho)