João Paulo Gonçalves dos Santos. Muita gente não deve conhecer em Marabá, pois a história dele se mistura com a de tantos outros garotos no cenário esportivo. JP nasceu com uma deficiência sem cura. O jovem foi afetado pelo nanismo, um problema hormonal, que faz com que o corpo não cresça e se desenvolva como deveria, fazendo com que a pessoa tenha uma altura máxima de 1,47 m, mas com um sonho bem frequente entre os meninos brasileiro: ser jogador de futebol.
Ainda criança, JP perambulou pela capital, Belém, durante cinco anos em busca de tratamento que pudesse ajudar a crescer e realizar o sonho de ser jogador profissional. Em uma de suas últimas consultas, um médico orientou a ele e sua mãe, que seria melhor parar de jogar, pois como suas pernas eram bem tortas, João Paulo sentia muitas dores. Mas JP nunca pensou em desistir.
Seu primeiro time foi o Boca Júnior, não aquele multicampeão argentino, mas o Boca do bairro Morada Nova, do treinador Mané. Depois jogou no Projeto Aê, também do mesmo bairro. A partir daí surgiu a maior oportunidade, o jovem foi chamado para os Gigantes do Norte, time pioneiro de anões, e teve a oportunidade de conhecer vários Estados: Bahia, Minas Gerais, Macapá, Maranhão, Tocantins, além de vários municípios paraenses.
Leia mais:Após cinco anos no Gigantes do Norte, João Paulo foi convocado para a Copa América de Futsal, na Argentina, mas para chegar até o país vizinho as coisas não têm sido fáceis. O grupo de 17 anões e alguns colaboradores estão vendendo rifas para custear as despesas de viagem.
A competição é no mês que vem e a equipe ainda tem esperanças que a CBF ajude de alguma forma, mas até o momento não foi dada nenhuma resposta pelo órgão. Fã de Ronaldinho Gaúcho, JP marcou há um ano atrás um gol pela seleção brasileira de anão, em um amistoso, o jovem abre o coração e pede apoio a quem se interessar pela causa para ele realizar mais esse sonho, o de representar Marabá em uma competição internacional.
Gigante com as bolas nos pés, João Paulo quer servir de exemplo para outros garotos, com deficiência ou não, que acabam desistindo fácil de buscar seus sonhos. (Márcio Aquino)