O risco de que a perda da fertilidade masculina se torne um problema irreversível para a espécie humana é real. O alarme foi lançado nesta sexta-feira (5) pela Sociedade Italiana de Andrologia (SIA), que diz que a capacidade de os homens gerarem filhos pode despencar nos próximos 50 anos se a humanidade não mudar seu estilo de vida e as condições ambientais.
Além disso, a entidade alertou para comportamentos ligados à queda das taxas de fertilidade, como a abstinência sexual, cada vez mais disseminada entre os jovens, e o aumento da idade de gestação.
“Em apenas 40 anos, a concentração de espermatozoides nos homens ocidentais caiu 52,4%”, diz Alessandro Palmieri, presidente da SIA e professor associado de urologia na Universidade Federico II, em Nápoles.
Leia mais:“Essa tendência é ainda mais preocupante devido ao declínio acentuado entre 2000 e 2018. Se entre 1973 a 2000 a queda na concentração de espermatozoides foi de 1,6% ao ano, entre 2000 e 2018 esse número chegou a 2,64%”, ressalta Palmieri.
Segundo ele, se a tendência não for revertida, “mais de 40% da fertilidade masculina pode ser perdida até 2070, com riscos graves para a reprodução nos países ocidentais”.
O professor reconhece que dificuldades sociais e econômicas desincentivam a paternidade e a maternidade, mas diz que a “fertilidade masculina está no banco dos réus”.
“A obesidade, o sedentarismo, o hábito de fumar e a propagação de doenças sexualmente transmissíveis estão entre as principais causas suspeitas de ter provocado a queda na concentração de espermatozoides, às quais se somam as mudanças climáticas e a poluição”, ressalta Palmieri.
(Fonte: época negócios)