Correio de Carajás

Jogador Marcinho é condenado por atropelar e matar casal no Rio

Pena de três anos e seis meses no regime aberto poderá ser convertida em prestação de serviços, segundo decisão. Acidente aconteceu no fim de 2020, e atleta deixou o local sem prestar socorro.

Jogador Marcinho presta depoimento sobre atropelamento de casal no Rio — Foto: Divulgação

O jogador de futebol Marcinho, que atualmente atua no América-MG, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) pelo atropelamento que matou um casal de professores no Recreio, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2020.

A Justiça determinou pena de detenção de três anos e seis meses em regime aberto, que poderá ser substituída por prestação de serviços, além da suspensão do direito de dirigir pelo mesmo período. Ele poderá recorrer em liberdade.

Marcinho foi denunciado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Segundo a decisão, o jogador estava trafegando acima da velocidade quando atropelou as vítimas. Além disso, o atleta deixou o local sem prestar socorro.

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“Frise-se que o próprio acusado afirmou saber da existência de um posto do Corpo de Bombeiros perto do local, mas não pensou em ir até lá para pedir socorro, não tendo, em momento algum, pensado nas vítimas, mas só em si mesmo”, escreveu o juiz Rudi Baldi Loewenkron.

Ainda de acordo com a decisão, Marcinho só se apresentou à polícia cinco dias depois do acidente, o que inviabilizou a realização de um teste de alcoolemia.

Para a decisão, o juiz também levou em consideração que as vítimas atravessaram a avenida onde foram atropeladas fora da faixa de pedestres.

O g1 entrou em contato com a defesa de Marcinho e aguarda retorno.

Marcinho, ex-lateral do Botafogo e seu pai, Sérgio Lemos de Oliveira, prestam depoimento na 42º DP (Recreio), nesta segunda-feira (04).  — Foto: ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Marcinho, ex-lateral do Botafogo e seu pai, Sérgio Lemos de Oliveira, prestam depoimento na 42º DP (Recreio), nesta segunda-feira (04). — Foto: Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

O caso

 

O atropelamento aconteceu no penúltimo dia de 2020, quando os professores Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima atravessavam a Avenida Sernambetiba. Alexandre morreu na hora. Já Maria Cristina morreu dias depois. O casal estava junto havia 13 anos.

Alexandre e Maria Cristina tinham ido à praia jogar flores para Iemanjá, tradição que faziam todos os anos. Em 2020, por causa da pandemia, os dois resolveram antecipar a ida à praia em um dia.

O casal morava perto do local, mas preferiu ir de carro. Eles estacionaram o veículo e atravessavam a avenida em direção ao calçadão, quando foram atropelados pelo carro do jogador.

O carro de Marcinho ficou amassado, mas isso não o impediu de estacionar o veículo em uma rua próxima ao local do acidente.

Logo depois, Marcinho aparece em outro vídeo falando ao telefone, enquanto se dirige para o apartamento do pai de um amigo.

Em depoimento à polícia, o jogador disse que estava na casa de um primo “para um encontro de família” e que “saiu para fazer compras em um supermercado”. Imagens confirmaram que Marcinho foi ao supermercado.

Ele também disse à polícia que não tinha ingerido bebida alcoólica na confraternização. No entanto, imagens de câmeras de segurança mostram Marcinho tomando chope em um restaurante no dia do acidente. De acordo com a polícia, o jogador bebeu cinco chopes e uma água.

(Fonte:G1)