Correio de Carajás

Secreção Mamilar

Em ordem decrescente de frequência, estas são as causas mais comuns de secreção mamilar na mama não lactante: ectasia ductal, papiloma intraductal e carcinoma. As características importantes da secreção e alguns outros fatores a serem avaliados pelo histórico e exame físico são listados a seguir.

Quando encontramos secreção mamilar serosa significa doença fibrocistica provavelmente benigna, isto é, ectasia ductal. Quando sanguinolenta deve ser papiloma neoplásico, carcinoma. Massa associada provavelmente neoplásica. Unilateral neoplásica ou não neoplásica. Bilateral quase sempre não neoplásica. Ducto cístico mais neoplásica. Ductilos múltiplos quase sempre doença fibrocística.

Secreção leitosa distúrbios endócrinos, medicamentos. Espontânea neoplásica ou não neoplásica. Produzida por pressão em um único local neoplásica ou não neoplásica. Persistente neoplásica ou não neoplásica. Intermitente neoplásica ou não neoplásica. Relacionada à menstruação deve ser doença fibrocística. Pré-menopausa provavelmente doença fibrocística. E ingestão de hormônios provavel doença fibrocística.

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Uma secreção espontânea, unilateral, serosa ou serossangui-nolenta de um único ducto é geralmente causada por um papiloma intraductal ou, raramente, por um câncer intraductal. A massa pode não ser palpável. O ducto envolvido pode ser identificado por pressão em locais diferentes ao redor do mamilo, na margem da aréola.

A secreção sanguinolenta é sugestiva de câncer, mas é mais frequentemente causada por um papiloma ductal benigno. O exame citológico pode identificar células malignas, mas os resultados negativos não descartam o câncer, o que é mais provável em mulheres com mais de 50 anos de idade.

Em qualquer caso, o ducto sanguinolento envolvido – e uma massa, se estiver presente – devem ser removidos. Um ducto-grama (uma mamografia de um ducto após injeção de corante radiopaco) é de valor limitado, uma vez que a excisão do sistema ductal suspeito é indicada independentemente dos resultados. A ductoscopia, avaliação do sistema ductal de pequeno alcance, inserido por meio do mamilo, tem sido utilizada, mas não é uma conduta eficaz.

Em mulheres na pré-menopausa, a secreção ductal múltipla espontânea, unilateral ou bilateral, mais perceptível pouco antes da menstruação, é, muitas vezes, resultante de doença fibrocística. A secreção pode ser esverdeada ou castanha. A papilomatose e ectasia ductal geralmente são detectadas apenas por biópsia. Se uma massa estiver presente, ela deve ser removida.

Uma secreção leitosa de vários dutos na mama não lactante pode ocorrer em função de hiperprolactinemia. Os níveis séricos de prolactina devem ser determinados para descartar um tumor na hipófise. O hormônio tireoestimulante (TSH) ajuda a excluir o hipotireoidismo como uma causa. Numerosos medicamentos antipsicóticos e outros medicamentos também podem provocar uma secreção leitosa, que cessa com a descontinuidade da medicação.

Agentes contraceptivos orais ou terapia de reposição com estrogênio podem provocar uma secreção clara, serosa ou leitosa de um único ducto, mas a secreção múltipla é mais comum. Nas mulheres na pré-menopausa, a secreção é mais evidente pouco antes da menstruação e desaparece com a interrupção do medicamento. Se ela não desaparecer, for de um único ducto e for abundante, a exploração deve ser realizada, uma vez que este pode ser um sinal de neoplasia.

Quando não é possível determinar a localização, nenhuma massa for palpável e a secreção não for sanguinolenta, a paciente deve ser examinada novamente a cada 3 ou 4 meses por um ano, e uma mamografia e uma ultrassonografia devem ser realizadas.

Uma secreção purulenta pode se originar de um abscesso subareolar e exige a remoção do abscesso e do seio lactífero relacionado. Embora a maioria das secreções seja um processo benigno, as pacientes podem considerá-las incômodas ou desconcertantes. Para eliminar a secreção, a remoção ductal proximal pode ser realizada para tratamento e diagnóstico.

 

* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.

 

 

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.