Correio de Carajás

Presidente da Associação de Mototaxistas expressa indignação com atuação de serviço de transporte por aplicativo em Marabá

Em entrevista concedida à Reportagem do CORREIO sobre a manifestação dos mototaxistas na manhã desta quinta-feira (2), Fred Pereira, presidente da associação da categoria, expressou toda a sua indignação com os aplicativos de transporte de passageiros por motocicleta. Ele afirma que as empresas à frente desse serviço são covardes e não respeitam a lei.

“A Lei Federal só diz respeito a veículo quatro portas, (carteira de habilitação) categoria B acima, não se refere à moto. Até a Lei Federal, a Uber e a 99 estão passando por cima. Mas essa é a forma que eles trabalham, é covarde, não respeitam nada”, reclama o mototaxista.

Na tentativa de aplacar a presença do “Uber Moto” (como o serviço é popularmente conhecido), a classe realizou uma mobilização pública, tomando as ruas de Marabá durante a manhã desta quinta. A concentração aconteceu no núcleo Cidade Nova, em frente ao aeroporto, e seguiu até a frente do prédio da Prefeitura de Marabá (na Nova Marabá), realizando paradas estratégicas em frente à Câmara Municipal e ao Fórum.

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O mototaxista afirma que os profissionais da categoria que são legalizados, estão ficando no prejuízo frente àqueles que trabalham por intermédio dos aplicativos. “A renda desses profissionais caiu mais de 60%, isso não é justo. Alguém tem que fazer alguma coisa”, diz com indignação.

Presidente da associação não se conforma com a atuação do serviço em Marabá

Fred frisa que para os mototaxistas rodarem legalmente na cidade, eles realizam o pagamento de taxas e impostos e os veículos passam por vistorias de rotina. Além disso, muitos dos profissionais ainda estão pagando por suas motos.

“Anualmente, nós realizamos um curso de capacitação para podermos trabalhar; passamos por uma vistoria a cada seis meses, para o nosso veículo estar sempre em boas condições para transportar o nosso passageiro. E a Uber autoriza qualquer pessoa que tenha um veículo a fazer um cadastro da sua casa e no outro dia transportar um passageiro, transportar a população. Que segurança tem isso?”, questiona.

Esses e outros fatores foram o incentivo para que a classe se organizasse e realizasse os protestos desta manhã. De acordo com Fred, 900 pais de família dependem diretamente da prestação do serviço e é inviável que eles permaneçam disputando passageiros com os motociclistas de aplicativo que, segundo o próprio, são clandestinos.

“Em 2009 foi regulamentada a Lei do Mototáxi a nível nacional e a nível municipal. Eu acredito que o que os vereadores fizeram tem que valer de alguma coisa, ou então eles que digam pra gente que não vale nada”, relembra e afirma que a classe permanecerá se manifestando até que a justiça e a prefeitura resolvam o impasse. (Luciana Araújo)