Correio de Carajás

Márcio do São Félix destaca a importância de ações pré-enchente

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Marabá, na manhã da última terça-feira, 6, o vereador Márcio do São Félix (PSDB) cobrou do governo municipal, políticas públicas para os atingidos anualmente pela enchente. Para ele, além da assistência dada durante o período de calamidade, em seu pós, é preciso um acompanhamento de todas as famílias atingidas pela cheia dos Rios Tocantins e Itacaiunas.

“Nós temos que entender que a vida dos alagados não se restringe só ao período que a água ocupa suas casas”, justifica o vereador ao expor que já apresentou à Câmara um projeto de lei que prevê essa assistência. Ele destaca que a vida das famílias continua sendo impactada após a cheia, suas casas são arruinadas pela água, ou sofrem ações de malfeitores. As sequelas deixadas pela enchente são a grande preocupação do edil.

O projeto em questão, segundo seu propositor, abrange os desalojados pelas cheias, que buscam abrigo em casas de parentes, por exemplo. Os recursos dispensados àquelas famílias que recebem abrigo pelas mãos do governo municipal, também deveriam ser direcionados aos que buscam outras alternativas para fugir da enchente.

Leia mais:

“É o que sugere o projeto que eu apresentei a essa Casa, o acompanhamento no pós-enchente também tem que ser dado. Essas pessoas são os desalojados, que não ficam nos abrigos, que procuram a casa de parentes (que é uma situação muito melhor, mais salutar) e eles também têm todo o direito de serem assistidos”, argumenta.

A opinião do vereador é corroborada por Paulo Sérgio do Rosário Varela (CID), o “Badeco do Gérson”. Ele destaca que ao invés da população ir até a Defesa Civil realizar seu cadastro, o órgão deveria fazer o caminho inverso e ir até os flagelados. Uma estratégia para rastrear o perfil desses moradores e entender, de antemão, qual o destino dessas famílias no decorrer da enchente.

Márcio é veemente ao afirmar que essas necessidades podem ser superadas caso o governo municipal aplique o recurso que existe em caixa – e que não está sendo usado – em investimentos nas áreas de ciência e tecnologia. “E essas coisas só vão conseguir ser superadas, só serão acompanhadas, se tiver um cadastro eletrônico dos afetados. Não é preenchendo folha de papel todos os anos e no pós-enchente jogando fora não. Esse cadastro de quase oito mil famílias tem que ser preservado, tem que ser mantido”, salienta.

Um outro ponto de atenção levantado pelo parlamentar, é ausência de um representante titular da Defesa Civil. O vereador cita que a coordenadoria atualmente está sob a tutela de Walmor Costa, chefe de gabinete da prefeitura, que concentra em suas mãos outras pautas além destas. A observação de Márcio enfatiza as fraquezas da instituição, diante dos trabalhos que ela precisa desenvolver. “O trabalho da Defesa Civil é para ser o ano inteiro e não só durante a enchente”, finaliza.

NÍVEL ATUAL

Na manhã desta quinta-feira, 8, a régua pluviométrica marcou 5,88 metros acima do nível normal. No dia 1º de dezembro ela estava em 3,83 metros. Sua maior medida no mês de dezembro foi de 6,30 metros, no dia 5.

A medida atual ainda não representa um alerta para a Defesa Civil, mas é suficiente para dar início aos trabalhos preliminares em torno de ações de atendimento caso uma nova cheia aconteça em um futuro próximo.

As fortes chuvas que assolaram Marabá desde o início do mês, resultaram em alagamentos em alguns pontos da cidade, com destaque para a Prefeitura de Marabá (Folha 32, Nova Marabá), que ficou sitiada pela água na última sexta-feira, 2. (Luciana Araújo)