Ativada desde abril, a 1ª Companhia Independente de Missões Especiais (CIME), com sede em Marabá, foi inaugurada oficialmente esta semana. A companhia tem importância estratégica para a segurança pública da região, pois além de especializada em conflitos urbanos e rurais, tem sob seu comando o policiamento tático, o antigo Grupamento Tático Operacional (GTO), um grupo de policiais preparado para atuar em situações extremas. O CORREIO esteve lá para saber de que forma a estrutura pode ajudar no combate à violência percebida nas ruas e no campo.
Atualmente, a 1ª CIME dispõe de cinco caminhonetes e conta com um efetivo de 62 policiais militares, abrigando inclusive 13 conjuntos de polícia montada (cada conjunto é composto por um policial e um cavalo). Mas esse efetivo deve aumentar nos próximos meses, com a inserção de mais 28 militares, perfazendo um total de 90 homens.
Segundo o major Cleiderson Torres da Costa, comandante da 1ª CIME, os futuros integrantes da Companhia Independente já concluíram o curso de formação da Polícia Militar e agora estão passando por capacitação.
Leia mais:De acordo com major Torres, a ativação da 1ª Companhia Independente de Missões Especiais representa, inicialmente, uma desconcentração das atividades de segundo esforço que viriam da capital para o interior do Estado, para dar apoio ao cumprimento de mandados de reintegração de posse na região.
“Hoje o que se pensa por meio do decreto de ativação e inauguração da companhia é justamente dar uma atenção maior para esta região em que nós temos grandes conflitos de diversas ordens, mas o que nos salta aos olhos são os conflitos urbanos”, argumenta o major.
Outra atividade que deve ser exercida pela CIME é a contenção de distúrbios urbanos, como greves e manifestações. Mas o oficial explica que é preciso ficar claro que a presença da Polícia Militar em eventos desta natureza, antes de qualquer coisa, não representa a repressão e sim a garantia da integridade física de todos os envolvidos, inclusive dos manifestantes.
Perguntado sobre qual o tipo de armamento que é utilizado pelos policiais lotados na Companhia Independente, o oficial explicou que a CIME utiliza armamento letal e menos letal. Nesse particular o policial se refere às balas de elastômero (bala de borracha) em espingardas calibre 12, além de fumígenos e granadas, que são usadas para dispersar multidões em protestos.
Perguntado sobre a situação do GTO, major Torres explicou que apenas o nome foi extinto, mas continua existindo a modalidade de policiamento tático, com a mesma função. Ou seja: mudou apenas a designação e agora ficou subordinado à 1ª CIME, em virtude da nova estrutura, pois o GTO não tem uma vida administrativa independente.
Indagado sobre quais os planos para ampliar esse policiamento tático nas ruas da cidade, o major Torres adiantou que pretende essa modalidade com a utilização de motocicletas, iniciando com no mínimo quatro motos, que fariam um trabalho semelhante ao que é realizado pela ROCAM – Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas.
No tocante à agenda de reintegrações de posse que estão previstas para ocorrer nesta região, a partir das decisões judiciais já tomadas, o major disse que podem existir demandas em que a CIME não tenha capacidade de efetivo para atender a determinado mandado judicial, por isso poderá ainda solicitar apoio de efetivo do Comando de Missões Especiais (CME), de Belém, porém a maioria dessas reintegrações devem ser executadas com apoio da CIME, porque não são operações de grande envergadura. (Chagas Filho)