Correio de Carajás

Nova manifestação é realizada após morte de garimpeiro pela PM

Manifestantes cobram por maior celeridade no processo

Na manhã dessa terça-feira (9), familiares e colegas do garimpeiro Jesiael da Silva Lucena – morto pela Polícia Militar (PM) no último dia 13 de julho – realizaram uma nova manifestação na Floresta Nacional de Carajás, fechando a portaria N1, que dá acesso ao projeto Salobo, próximo à Vila Sansão, na Zona Rural de Parauapebas.

Segundo Joadson Silva Lucena, irmão do garimpeiro, o objetivo da manifestação é cobrar do poder público maior celeridade no processo de investigação. Ele afirma que a PM não deveria estar no local, tendo em vista que o autor do homicídio foi um policial militar. Dessa forma, acredita que o caso deveria ser investigado por uma instância federal.

De acordo com Joadson, nunca houve a reconstituição da cena do crime que, segundo ele, deveria ter ocorrido 15 dias após o homicídio. O caso está a três dias de completar um mês. A família se sente desamparada e questiona a presença dos policiais que atuaram no caso nas ruas.

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Joadson, irmão de Jesiael, liderou o protesto

O Tenente Dantas, da PM, ficou responsável pela negociação com os garimpeiros. De acordo com ele, a Polícia recebeu informações sobre a manifestação que teria se iniciado por volta das 5h.

O Tenente Dantas ficou responsável em negociar com manifestantes

Uma viatura se deslocou ao local e, chegando lá, ele manteve o contato com a liderança do movimento e explicou que uma decisão judicial vedava uma nova manifestação – que ele chamou de reincidente – no local.

A via foi desobstruída por volta das 9h

Os manifestantes entraram em um acordo e desobstruíram a via para a passagem dos veículos da Vale e de uma prestadora de serviços da empresa por volta das 9 horas.

RELEMBRE

A Polícia Militar foi informada, na tarde do dia 13 de julho, pela segurança patrimonial da Vale, que as equipes de segurança estariam sendo ameaçadas por integrantes do PCC, que estariam armados e realizando garimpo ilegal na região.

Uma guarnição da PM se deslocou à margem do Rio Azul, onde afirma ter identificado seis homens. A polícia sustenta ter sido recebida com tiros de espingarda por Jesiael, que foram revidados e atingiram a vítima. A família defende que ele estava apenas garimpando no local e que não tem envolvimento com o crime.

A PM afirma que Jesiael atirou contra a guarnição, mas a família nega

Ele chegou a ser levado ao Hospital Municipal de Parauapebas, mas não resistiu aos ferimentos. Duas espingardas caseiras foram apreendidas e quatros homens foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil, onde foram ouvidos e liberados. (Clein Ferreira – com informações de Ronaldo Modesto)

 

Nota da Vale

“O acesso à unidade operacional do Salobo, em Parauapebas, foi liberado na manhã da terça-feira (9/8), em cumprimento a decisão judicial que determinou a desobstrução e saída dos manifestantes das vias de acesso à portaria.

Importante ressaltar que o grupo incorria em desobediência à ordem da Justiça, considerando que estavam impedindo o direito de ir e vir dos empregados, prestadores de serviço e toda coletividade.

A Vale ressalta que compete às autoridades policiais esclarecer os fatos relacionados às operações de combate à prática de garimpo ilegal na região”.

Atualizada as 14h53 do dia 10/08/2022, tão logo chegou nota da assessoria da Vale