A Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca) instaurou inquérito para apurar a ocorrência de crime de maus-tratos contra um adolescente de 12 anos agredido pelo avô, um idoso de 65 anos, na semana passada. A vítima continua sob a guarda do homem.
O caso veio à tona neste domingo (6), quando um vídeo das agressões começou a circular nas redes sociais.
As imagens são impactantes e exibem o adolescente amarrado pelas mãos em duas cordas e sendo espancada por um homem. Um áudio com voz feminina, disseminado junto com o vídeo, garante que o fato ocorreu em uma residência da Folha 15, no Núcleo Nova Marabá.
Leia mais:Cada mão do menino está amarrada em uma corda e ambas penduradas numa vigota do teto da casa. Dessa forma, ele não consegue se proteger, enquanto o avô utiliza uma corda dobrada para dar 19 “lapadas” nas costas e nas pernas do adolescente.
Também na gravação é possível perceber que a vítima parece estar com um dos pés ferido, envolto em uma atadura. No fim do vídeo, de 25 segundos (parece uma eternidade), o garoto clama: “Ai, vô, tá bom…”, como que suplicando para a surra parar.
A Reportagem do Correio de Carajás checou junto à Promotoria da Infância e policiais que atuaram no caso e confirmou que o fato ocorreu no endereço citado, onde Conselho Tutelar, Deaca e PM estiveram por volta de 11 horas de domingo.
As autoridades constataram várias lesões pelo corpo da criança. Lá, foram localizadas mais oito crianças e adolescentes, entre primos e irmãos, todos aos cuidados dos avós. A Polícia identificou que a filmagem foi feita na quinta-feira, dia 3, à noite, por uma adolescente que também mora na residência.
Segundo o delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, o idoso não foi detido em situação flagrancial, portanto foi ouvido e liberado em seguida. “Essa situação ocorreu na quinta-feira e o vídeo circulou ontem, foi quando a polícia entrou em ação. Ele não estava em flagrante, todo mundo foi ouvido e ele está respondendo em liberdade pelo crime de maus-tratos”.
Ainda segundo ele, o adolescente continua com os avós por decisão do Conselho Tutelar, que preferiu evitar a ida dele para um abrigo. A Promotoria da Infância acompanha o caso. (Luciana Marschall e Ulisses Pompeu)