O elevado número de agressores presos em um único final de semana em Marabá (um total de sete), por atentarem contra esposas e namoradas no âmbito doméstico, não sinaliza um aumento no número de casos de violência contra as mulheres no município. Na verdade, representa um maior encorajamento dessas vítimas.
Quem afirma é o delegado Vinícius Cardoso das Neves, da Polícia Civil. Segundo ele, “as vítimas vêm denunciando os casos à polícia e não mais toleram essa violência de gênero e no âmbito familiar”. Mas não e só isso. O Estado também tem sua parcela de contribuição para diminuir as notificações dos casos de violência doméstica.
“Logicamente uma maior efetividade do atendimento policial, a criação de delegacias de atendimento à mulher, a implementação de plantões noturnos e aos finais de semana nessas delegacias, Patrulhas Maria da Penha e uma maior efetividade das forças policiais e das outras instituições voltadas à proteção à mulher, trazem um maior conforto e uma maior segurança para que essas vítimas, de fato, denunciem seus agressores para que o poder público possa agir”, argumenta o delegado.
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Quando o assunto é violência doméstica, tem acontecido de um tudo em Marabá. Maridos, ex-maridos, namorados, ex-namorados, filhos desnaturados, todos esses personagens integram o rol de presos em flagrante.
O descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência também tem sido uma constante. É como se os acusados não tivessem noção da gravidade que é descumprir uma medida como essa.
Outro fator preocupante é que esses casos ocorrem de uma ponta a outra da cidade. existem registros de Morada Nova ao bairro Independência. É uma violência que atravessa a cidade e também ultrapassa os limites urbanos e atinge a área rural do município.
É preciso destacar também, nesse contexto, a presença de um dispositivo mobilizador de toda essa violência: o álcool. Uma droga mais que lícita, uma droga social, que está presente na maioria esmagadora dos Boletins de Ocorrência.
É muito raro encontrar relatos de agressores sob efeito de maconha, crack ou outras drogas ilegais. É o álcool vendido na esquina que está correndo nas veias do agressor. (Chagas Filho)