Ser rico é o sonho de todo trabalhador brasileiro e, por mais difícil que seja, talvez a forma mais rápida e moralmente correta de conseguir realizá-lo é vencendo a Mega Sena, prêmio máximo das casas lotéricas da Caixa Econômica Federal. A tradicionalíssima Mega da Virada, maior prêmio concedido ao longo do ano, dará a um (ou mais) felizardo o valor de R$ 350 milhões no último dia de 2021, e o que não faltam são aspirantes a este sonho.
Em Parauapebas não poderia ser diferente e mesmo aqueles que ficaram o ano inteiro sem fazer uma “fezinha” não puderam deixar de tentar mudar a vida na última noite do ano. A realidade é que a maioria da população da Capital do Minério já fez da aposta na Mega da Virada uma “tradição”, enquanto espera que seus seis números assinalados sejam sorteados, fazendo com que as apostas não sejam mais necessárias.
Em uma Casa Lotérica localizada no Bairro Beira Rio, a proprietária Vanusa Mendonça afirma que em sua unidade já foi recebida uma larga quantidade de apostas, que começam no simples jogo de seis números por R$ 4,50 cada um a até os famosos bolões, com muitas combinações envolvidas, aumentando a chance do apostador, mas também demandando um alto investimento.
Leia mais:“O sonho do cidadão brasileiro é ganhar a Mega da Virada e um prêmio de R$ 350 milhões, né? Resolve todos os problemas de qualquer um”, diz Vanusa, lembrando que a premiação de virada de ano não se acumula, ou seja, se ninguém acertar os seis números, o prêmio é dividido entre aqueles que acertaram cinco – a famosa “quina”. Também haverá a divisão do prêmio para quem acertou a “quadra”, de quatro dezenas.
Vanusa relembra que Parauapebas teve vencedores recentes na quadra e quina da Mega Sena, além de outras premiações lotéricas como Lotofácil, sorteadas inclusive na unidade em que ela é proprietária há três anos. “Temos sorte! Quem quiser apostar, pode vir por aqui que temos as melhores apostas”, garante Vanusa.
O QUE VOCÊ FARIA?
O Correio de Carajás entrevistou alguns sonhadores que fizeram suas apostas para a Mega da Virada. Ivanilda Brito Silva, aposentada, foi até uma lotérica jogar para si e também para o filho e o genro.
“Eles escolheram os números em família! Meu filho é mais exigente e escolheu minuciosamente”, revela Ivanilda, que diz pensar menos ao escolher as dezenas e ainda não ter ganho nada na loteria, apesar de ter o costume de apostar. “Se eu ganhar, vou levar meu filho pra São Paulo e abrir uma franquia do McDonalds aqui no Peba”, afirma, compartilhando seu sonho.
Já Francisco Rodrigues, também aposentado, diz que joga todo ano na Mega da Virada e que até já ganhou a quadra da Mega Sena – “foi pouco”, ele diz, se lamentando. Ele até comprou bolões para aumentar as chances, mas sozinho. “Se eu ganhar, não quero dividir”, disse Francisco, rindo.
Questionado se pretende continuar com a tradição de apostar caso ganhe a Mega da Virada, a resposta é rápida: “Vou sim”, diz o aposentado, lembrando que também já ganhou o terno da Quina (três dezenas no jogo de cinco números) “umas três ou quatro vezes”.
O bolão em grupo é uma das tradições que acompanham a Mega da Virada e na família de Clein Ferreira oito membros se juntaram para dividir a aposta. Mas será que foi por vontade de ganhar R$ 350 milhões apenas ou pelo medo de ver os parentes ficando ricos e continuar pobre que o estudante de direito apostou?
“Eu vi todo mundo entrando e pensando ‘vai que eles conseguem e eu não?’ É assustador”, diz Clein, temendo “sobrar” na festa familiar caso o bolão tivesse a aposta vencedora. Ele diz ter pago R$ 37,50 em um bolão com apostas de seis dezenas, e que pensa em coisas simples caso vença a Mega da Virada, como comprar um carro, uma casa e “aposentar” a mãe. (Juliano Corrêa)