Correio de Carajás

Urubu-rei troca o calor de Parauapebas pelo frio de Gramado

A ave deixou o Parque Zoobotânico Vale em agosto e agora foi apresentado ao público do Gramadozoo

O Gramadozoo, localizado no município de Gramado, importante destino turístico do Rio Grande do Sul, passou a exibir para os visitantes um jovem urubu-rei que até agosto deste ano vivia em clima totalmente diferente, em Parauapebas, no sudeste do Pará.

A ave nasceu no calor do Parque Zoobotânico Vale (PZV), localizado na Floresta Nacional de Carajás, e passou por um período de adaptação na área de quarentena do gelado zoológico gaúcho, tendo sido transferido há alguns dias para um recinto especial onde pode ser contemplado pelo público.

Junto do urubu-rei, a onça-pintada melânica Leila também percorreu mais de 3,4 mil quilômetros até Gramado. Os dois fazem parte de um programa de intercâmbio entre os zoológicos, que tem o objetivo de promover a conservação da fauna brasileira. A onça foi recebida em um recinto pronto e climatizado para ela.

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O veterinário Thomas Poulton, responsável técnico do Gramadozoo, explica ser comum o intercâmbio de espécies entre os zoológicos e que este é o primeiro indivíduo da espécie no local, onde recebeu espaços que propiciam conforto térmico e dieta apropriada, além de atividades de enriquecimento ambiental para garantir a adaptação e o bem-estar.

A ave, a maior e mais colorida entre as cinco espécies de urubu que vivem no Brasil, irá contribuir com o programa de educação ambiental desenvolvido pela equipe técnica do Gramadozoo. O urubu-rei tem cerca de 80 centímetros de comprimento e possui envergadura de asas que chega a medir 1,8 metros.

“Quando é jovem, o animal tem a plumagem preta. Na fase adulta, as cores típicas da espécie – tons de branco e amarelo – tomam conta das penas, exceto na ponta das asas e na cauda”, explica o veterinário.

Tarcísio Rodrigues, veterinário do Parque Zoobotânico Vale, explica que os zoológicos têm extrema importância para a conservação da fauna brasileira e mundial. “Hoje em dia, os parques recebem animais de três maneiras: eles chegam por meio de apreensões, oriundos do tráfico de animais silvestres; nascem dentro dos próprios parques ou são fruto de permutas”, diz, acrescentando que o nascimento em cativeiro, como é o caso do urubu-rei, é fundamental para que os animais ameaçados tenham a sobrevivência garantida. (Luciana Marschall – com informações de Pioneiro Geral e Vale)