O soldado José Welliton Rubim de Sousa, lotado no 1º Grupo de Artilharia de Selva (GAC), em Marabá, que foi preso em Cumaru do Norte, pretendia sequestrar dois garimpeiros daquele município. A informação foi dada pelo cabo Valdiney, da PM local. Ele comandou a guarnição que prendeu José Sousa, junto com outros quatro comparsas na manhã de sábado (2).
“Segundo o que já foi levantado, em uma breve conversinha com os mesmos (os suspeitos), eles iam fazer um sequestro dentro da área do garimpo; iam pegar dois garimpeiros”, declarou o militar em entrevista à TV Top Norte. A ideia do bando era extorquir ouro das vítimas.
O cabo disse ainda que os cinco estavam com capas de colete e fardamento; portavam também armas, mas apenas uma espingarda calibre 12 (de fabricação caseira) era de verdade; as outras eram réplicas.
Leia mais:O bando teve a audácia de entrar em contato com o prefeito e o vice de Cumaru do Norte, identificando-se como militares do Exército Brasileiro, mais precisamente do “Batalhão Ambiental” e pediram apoio para uma missão em uma área de garimpo.
Porém duas coisas levantaram suspeitas: eles não se apresentaram ao quartel da PM local e andavam em um veículo particular. Foi o bastante para que fossem abordados e a trama descoberta. O automóvel usado pelo bando foi locado em Belo Horizonte (MG).
Nota oficial confirma prisão
Por meio de nota oficial, a Seção de Comunicação da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, em Marabá, confirmou que o soldado José Sousa foi conduzido à sede do GAC, que fica na Rodovia Transamazônica (BR-230), no dia seguinte à prisão (domingo, 3), “onde permanece à disposição da Justiça pra as investigações necessárias”.
O documento finaliza assim: “Reiteramos que o Exército Brasileiro repudia qualquer ato criminoso praticado por militares e não poupa esforços para que seja esclarecido qualquer indício de crime”.
José Sousa entrou nas fileiras do Exército Brasileiro em 2018 e sua documentação funcional tem data de validade de 28 de fevereiro 2022. Quando foi preso, ele se identificou como militar e apresentou a documentação, mas, naquele momento, os policiais desconfiaram que o documento seria falso. Mas era verdadeiro.
(Chagas Filho)