Uma situação de descaso por parte da Prefeitura de Parauapebas foi registrada nesta segunda-feira (12) pela reportagem do Correio de Carajás: uma recanalização de esgoto feita no Bairro União está atingindo diretamente casas e loteamentos na Rua 19, causando problemas ambientais e habitacionais.
As obras do Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap) no local viabilizaram uma estrada de terra que corta o perímetro, atrás do Quartel da Polícia Militar.
O esgoto, que antes era despejado no Igarapé Ilha do Coco, conhecido como “Sebosinho”, acabou ficando emprisionado na margem anterior ao curso de água, canalizado pela margem da via, invadindo propriedades e trazendo mau odor, mosquitos e risco de doenças aos moradores.
Leia mais:Os resíduos, segundo João Batista Neto, antes desciam pelas ruas 16 e I e caíam no sentido do córrego do Sebosinho. Agora, com a estrada, o despejo é canalizado diretamente para as propriedades dos moradores.
João mostra à reportagem que as plantações de couve, banana e outras culturas foram devastadas pelo esgoto. “Aqui era tudo aterrado, plantava de tudo por aqui. Agora com essa estrada ficam poças, muitos mosquitos, meus pés de banana estão para morrer. Disseram que essa obra [do Prosap] era pra trazer benfeitorias, mas só piorou a situação”, desabafou João.
Outro morador do perímetro, João Farias, também teve os cultivos detonados pelo esgoto concentrado. “Você tá vendo o esgoto aí?”, diz o munícipe enquanto aponta para as poças de dejetos. “Isso tudo aí era plantação minha, agora já morreu Gastei muito pra aterrar tudo aí, e agora também não querem deixar a gente aterrar mais”, diz João Farias, indignado com o descaso.
A Reportagem procurou na segunda-feira (12) a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Parauapebas questionando sobre a situação, mas não teve retorno até esta terça (13).
O projeto tem prazo para conclusão das obras de seis anos, com a divisão do cronograma em três etapas, e é 80% financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que deverá investir 70 milhões de dólares do BID, com contrapartida de 17 milhões de dólares do município, o que ultrapassa os R$ 350 milhões. (Juliano Corrêa)