Correio de Carajás

Pessoa foragida comenta em postagem da Deam e recebe convite: “passa aqui”

A Polícia Civil de Parauapebas procura desde 23 de junho Fabricio Luan Oliveira em decorrência da operação Book Rosa, que prendeu dois empresários e um advogado acusados de envolvimento em uma rede de prostituição de menores de 18 anos na região.

Seis dias depois, em 29 de junho, as páginas da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) no Facebook e no Instagram compartilharam fotos da pessoa procurada pedindo à população que auxilie com informações que possam levar ao paradeiro dela.

Pouco depois, na caixa de comentários do Facebook, uma usuária pediu que a página libere o compartilhamento da postagem. Surpreendentemente, Fabrício Luan, usando a própria conta no Facebook, onde se identifica como Luan Albuquerque, comenta “pra que? pra acabar com minha imagem com acusações falsa! (sic) Amiga isso vai ser provado…”.

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O comentário, então, recebe duas respostas, uma de uma usuária aconselhando Luan a mudar de vida e outra da própria conta da Deam, que faz um convite: “oi sumido!!! tudo bem? passa aqui na delegacia para explicar para gente direitinho 🙂 inté”. A sequência do diálogo foi removida posteriormente.

A caixa de comentários ainda rendeu outro debate acalorado após a equipe da Deam utilizar linguagem gênero-neutra na postagem, uma vertente recente por maior igualdade entre homens, mulheres e pessoas não-binárias. Neste caso foi utilizada porque, apesar de usar o nome masculino Luan, a pessoa procurada se identifica de forma feminina no Facebook.

Alguns usuários questionaram o uso do “x” no lugar dos artigos femininos ou masculinos, perguntando se tratava de um erro ou problema técnico.

Outros reclamaram pela “mudança no português por causa de ideologia” e teve quem, pacientemente, respondeu aos comentários explicando o uso da linguagem, enquanto alguns perdiam a calma: “Tem gente que se faz de idiota, o x foi pra deixar explícito que é trans, que pode tá com a aparência masculina ou feminina, a intenção é capturar, não agradar vcs”.

Após as explicações, ainda houve quem decidiu simplificar: “bastava denominar pessoa, serve pra ambos”.

BOOK ROSA

A investigação aponta que Fabrício Luan Oliveira, de 26 anos. Tem envolvimento em crimes de estupro de vulnerável, prostituição de adolescentes, tirar proveito da prostituição alheia e impedimento de adolescente de sair da prostituição. Pelo mesmo caso estão presos os empresários Mauro de Souza Davi, o Marola, e Eduardo Liebert Araújo dos Santos e o advogado Antônio Araújo Oliveira, o Toni.

Aqueles que tiverem informações quanto ao paradeiro de Luan deverão entrar em contato com a Delegacia da Mulher pelo telefone/Whatsapp (94) 99253-8294, e-mail deam.pebas@gmail.com, página no Facebook Deam Parauapebas ou no Instagram @deamparauapebas. É possível, ainda, ir até a sede da Deam, localizada ao lado da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, no Bairro Jardim Canadá. (Luciana Marschall)