Dia 18 de maio de 1963 um crime bárbaro chocou o Brasil. Araceli Cabrera Sanches, de apenas oito anos de idade, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membro de uma tradicional família capixaba. O crime, que aconteceu no estado do Espírito Santo, ficou impune.
Desde então, 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data escolhida é mais um dia para conscientizar a sociedade e autoridades sobre a gravidade da violência sexual que meninos e meninas sofrem diariamente.
Em Marabá, a Secretaria de Assistência Social (Seaspac) realizou uma carreata, que percorreu as principais ruas do Núcleo Cidade Nova, na manhã desta terça-feira, 18, para chamar a atenção, principalmente nesse momento de pandemia, onde foi registrado um aumento no número de denuncias de abuso a menores.
“A sociedade precisa ficar atenta, as crianças estão sendo abusadas dentro de casa. E hoje, nosso papel é trabalhar nessa sensibilização com as famílias, porque quando a criança dá um sinal e tem uma mudança de comportamento, a família precisa ficar alerta”, explica Nadjalúcia, secretária de Assistência Social.
A ação, que tem como tema “Faça bonito – proteja nossas crianças e adolescentes”, promovida pela Seaspac, contou com diversos órgãos que fazem parte da rede de apoio contra todo e qualquer tipo de violência.
Regis Carvalho, coordenador do Conselho Tutelar da Nova Marabá, afirma que esse momento é de luta e que a sociedade faz parte desse trabalho, denunciando crimes contra crianças e adolescentes.
“18 de maio é um dia emblemático. Nós precisamos ir para as ruas e não deixar mais crimes como o da Araceli impunes. O Conselho Tutelar funciona diuturnamente. Estamos trabalhando todos os dias para combater a violência”, finaliza.
Desde o início da pandemia – março de 2020 – o número de denúncias só tem aumentado.
Para Nadjalúcia, quem era pra proteger está violando os direitos dessas crianças, já que a maior parte dos crimes acontece dentro de casa. “Os adultos precisam proteger e não negligenciar o trato com as crianças e adolescentes. Precisamos ter mais cuidado. A violência sexual acaba com o futuro desses menores”.
Para denunciar, ligue para o Disk 100, procure a Delegacia de Polícia Civil ou a Secretaria de Assistência Social. Faça sua parte! (Ana Mangas)