Correio de Carajás

Vereador questiona critério usado para vacinação em Marabá

O vereador Marcelo Alves, esteve na Redação do PORTAL CORREIO na tarde desta segunda (8) para, segundo ele, denunciar o desvio de vacinas contra a covid-19 no município de Marabá. De acordo com ele, depois de questionar o poder público através de suas redes sociais sobre os critérios utilizados, surgiram muitos relatos sobre a irregularidade da situação, inclusive, que vacinas estariam sendo levadas para casa e, que funcionários de pessoas que trabalham “diretamente lá” já foram vacinados. O edil questiona ainda, quanto a profissionais vacinados e que não seriam da linha de frente.

O vereador diz que decidiu se manifestar após a reportagem do CORREIO na semana passada com balanço da vacinação em Marabá e na qual o Município assumia estar vacinando profissionais de clínicas, laboratórios, dentistas e fisioterapeutas, entre outros. Marcelo afirma que se questionou a respeito da situação e, na manhã de segunda (8), a primeira medida a ser tomada em seu gabinete foi protocolar um pedido junto à Secretaria Municipal de Saúde e ao Centro de Especialidades Integradas, com informações sobre o planejamento da vacina de Covid-19 para os idosos.

“Eu, enquanto vereador, fui votado para defender o povo. Se algo está errado, precisamos falar.  Nesse momento a minha maior preocupação são com os idosos. Outras cidades do Estado, como Belém, Ananindeua e Santarém, já começaram a segunda fase da vacinação e Marabá ainda não”, argumenta.

Leia mais:

“O Ministério Público Estadual precisa agir e tomar providências. Inclusive no próprio site do MPPA existem denúncias de pessoas que foram vacinadas irregularmente. É uma questão muito séria. Todos os dias alguém está perdendo um ente querido e, neste momento nossa maior preocupação são com os idosos, que ainda não foram vacinados”.

Marcelo afirma não irá ficar calado diante a falta de planejamento e divulgação do calendário de vacinação da prefeitura. “Tem alguma coisa errada”, finaliza.

Vereador Marcelo diz ter cobrado esclarecimentos da Prefeitura quanto aos critérios

OUTRO LADO

A pedido da REPORTAGEM, a prefeitura emitiu uma nota sobre o caso:

“Quanto a primeira informação, ela não procede. A secretaria está seguindo todos os ritos processuais, inclusive com relatórios diários da quantidade de doses e CPF de pessoas vacinadas dentro do que é preconizado pelo Ministério da Saúde e Secretaria estadual da Saúde. Este protocolo está sendo seguido e e todos os dados são inseridos no SISPNI ( Sistema do Plano Nacional de Imunização ) não havendo portanto qualquer tipo de desvio de objetivo ou má conduta como alega  o vereador.  Quanto ao calendário de vacinação, estamos seguindo regiamente o que preconiza o calendário estadual de vacinação, que nas suas páginas 13 a 15:  citam os grupos definidos:

– Fase 1

Trabalhadores dos serviços de saúde são todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais. Solicita-se aos municípios que priorizem aqueles profissionais que atuem no atendimento de pacientes com Síndrome Gripal, seja em urgências, enfermarias ou unidades de tratamento intensivo, inclusive, funcionários que não atuem diretamente na assistência, mas frequentem tais ambientes, como auxiliares de serviços gerais, copeiros, administrativos, entre outros. Além de indígenas aldeados e profissionais de segurança pública.

– Fase 2

Estão inseridos os idosos de 60 a 79 anos de idade, idosos a partir de 80 anos e quilombolas.

– Fase 3

Indivíduos que possuam comorbidades.

E nas suas fases subsequentes, os demais membros da população em geral.

Até o momento o envio de vacinas para nossa cidade chegou a 3.109 doses, das quais mais de 2700 doses já foram aplicadas nos grupos  da fase 1 acima preconizada conforme diretriz. A secretaria municipal aguarda novos lotes para dar andamento nas fases subsequentes.

Quantos as cidades citadas, não temos qualquer ingerência sobre as mesmas, já que o plano é definido pela Secretaria Estadual de Saúde e está sendo seguido de forma correta.

É importante ressaltar que o termo “pessoas que trabalham lá dentro” conforme afirma o vereador são profissionais de saúde que lidam direta ou indiretamente com portadores de Covid ou com sintomas da doença, como faxineiros, atendentes de postos de saúde e hospitais, além de técnicos, enfermeiros e médicos.”

Já a representação regional da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) não comentou sobre os critérios, mas informou que na noite de sábado (6/2) mais 64.400 doses da vacina Coronavac chegaram ao Estado, porém ainda estão sendo feitos os procedimentos de logística para envio aos 144 municípios paraenses. (Ana Mangas)