A Polícia Federal ainda não concluiu as investigações que já levaram 12 para a cadeia por distribuição de drogas sintéticas em festas de música eletrônica realizadas em Parauapebas. Conforme o delegado Marcelo Mascarenhas, chefe da delegacia em Marabá, há possibilidade de mais pessoas serem presas por envolvimento com o tráfico interestadual de entorpecentes.
Nesta sexta-feira (5) foi desencadeada a terceira fase da Operação “Bad Trip” e um mandado de prisão temporária foi cumprido em Campinorte, no Goiás. Outras duas pessoas ainda estão sendo procuradas pela Polícia Federal. Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no municípios do Rio de Janeiro (RJ), Ilha Bela (SP) e Goiânia (GO).
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Parauapebas em decorrência de investigação iniciada em dezembro de 2020, quando três pessoas foram presas em flagrante, em Parauapebas, ao receberem pelos Correios 200 comprimidos da droga sintética metilenodioximetanfetamina, conhecida como “ecstasy”. A substância vinha sendo derramada nas raves da cidade.
Leia mais:Em janeiro deste ano, na segunda fase da operação, foram presas mais oito pessoas. “Essa operação identificou grupos que alienavam essa droga via aplicativo e faziam o envio pelos Correios. A Polícia Federal atua pra evitar que essa droga seja disseminada aqui”, afirmou Marcelo Mascarenhas.
Conforme o delegado Geraldo Almeida, responsável pela operação, as prisões em flagrantes realizadas em dezembro possibilitaram a reunião de elementos que provaram vínculo de outras pessoas, inclusive vivendo nos estados onde a terceira fase foi deflagrada nesta sexta. Ele acrescentou que dois dos alvos procurados no Rio de Janeiro e em Ilha Bela ainda não foram localizados.
“As investigações ainda estão em andamento, mas apuramos que há um bom tempo esse grupo vem realizando essa conduta. Devemos ressaltar que pessoas envolvidas nessa prática criminosa, as pessoas que compravam a droga (em Parauapebas), são socialmente privilegiadas devido ao valor econômico do entorpecente, que é alto. Ele não é vendido e não é comprado em qualquer lugar, sendo normalmente comercializado em raves”, ressaltou.
Geraldo Almeida acrescenta que a Polícia Federal já identificou o envio de outras substâncias pela mesma via e que a rede segue sendo investigada.
O delegado Marcelo Mascarenhas finalizou a coletiva informando não estar descartada a possibilidade de a rede ter conexões também internacionais. Se ao final da operação os presos forem indiciados, poderão ser condenados a penas que variam de 5 a 15 anos de reclusão, e associação para tráfico, com penas de 3 a 10 anos de reclusão.
A operação foi batizada de “Bad Trip” em referência à expressão utilizada por usuários de drogas quando as sensações fisiológicas e psicológicas do consumo são desagradáveis. Em tradução literal: “má viagem”. (Luciana Marschall e Zeus Bandeira)