Em visita surpresa na manhã desta quarta-feira, dia 3 de fevereiro, ao Hospital Regional Público do Sudeste Dr. Geraldo Veloso, o presidente da Câmara Municipal de Marabá, Pedro Corrêa Lima, o Pedrinho Corrêa, cobrou do diretor-geral daquela casa de saúde, Valdemir Girato, três demandas que representam o clamor da população de Marabá e região na área de saúde: o funcionamento do aparelho de ressonância magnética; implantação do serviço de hemodinâmica; e instalação de uma ala de oncologia (tratamento contra o câncer).
O diretor Valdemir reconheceu o esforço do vereador Pedro Corrêa em ver essas demandas sendo atendidas pelo Estado por meio do Hospital Regional e lembrou que o presidente da Câmara já tinha ido ao HR no ano passado para cobrar esses serviços.
Segundo Girato informou ao presidente, o aparelho de ressonância magnética está, de fato, danificado e não dá mais para ser consertado, com idade superior a 13 anos de uso. A saída será comprar um novo. Ele revelou que já havia repassado um documento ao governo do Estado e falado pessoalmente com o secretário adjunto de Saúde, Sipriano Ferraz Santos Júnior, apontando o aparelho novo mais em conta do mercado, mas que agora terá de enviar novo ofício, uma vez que, com a subida do dólar, o preço do equipamento sofreu reajuste. O valor aproximado do mais barato, da marca Siemens, é de R$ 3,5 milhões. “Vamos enviar novo ofício para a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública) para que o Estado providencie o aparelho e envie para este hospital o quanto antes”, disse.
Leia mais:Sobre a oncologia, o diretor-geral do HR disse ao presidente da Câmara que já existe área física onde esse serviço pode ser instalado, com alguns remanejamentos e reforma. O projeto já está na Sespa, em Belém, aguardando a liberação de recursos para sua execução. Uma vez funcionando, haverá capacidade para realização de 200 consultas por mês, além de 12 cadeiras para sessões de quimioterapia. Também estarão disponíveis 20 leitos para realização de cirurgias oncológicas.
Questionado pelo presidente da Câmara, Valdemir Girato disse que não haverá espaço para realização de radioterapia, no primeiro momento. Esse serviço ainda continuará sendo ofertado unicamente por clínica e hospital de referência em Tucuruí e Belém, respectivamente.
O custeio mensal do serviço de oncologia, segundo o diretor do Hospital Regional, está estimado em R$ 1.867.422,94, ficando em torno de R$ 22,4 milhões anuais.
Em relação à implantação da hemodinâmica, outra reivindicação antiga de Pedrinho, Valdemir Girato informou que o secretário-adjunto de Saúde do Estado pediu que seja enviado o projeto para implantação em breve, mas sem apontar data.
Pedrinho Corrêa relembra que quando o Hospital Regional foi aberto ao público, em 2006, ele era secretário municipal de Saúde. Àquela época, cobrou ao secretário estadual da Sespa, Fernando Dourado, a instalação dos serviços de oncologia e hemodinâmica, mas Dourado argumentara que essas duas demandas ficariam para a segunda etapa. “Depois, como vereador, sempre tenho cobrado na tribuna da Casa de Leis para que os pacientes com câncer e que têm problemas no coração recebam tratamento aqui mesmo em Marabá”, argumenta ele.
Ainda segundo o presidente da Câmara, um levantamento de 2019, da Secretaria Municipal de Saúde, apontava que havia 212 pacientes de oncologia de Marabá realizando tratamento em outros municípios, como Tucuruí, Belém e Araguaína-TO, por exemplo. “A Comissão de Saúde da Câmara já esteve em algumas ocasiões com o secretário de Estado de Saúde, mas essa demanda permanece travada”, queixa-se. (Ulisses Pompeu)