A decisão em mandado de segurança dá um novo capítulo para a já conturbada novela das eleições no ente sindical, que representa mais de 50 mil trabalhadores em sua base
Em decisão expedida nos autos de um mandado de segurança pela desembargadora do Trabalho Sulamir Palmeira Monassa de Almeida, a diretoria afastada do Sindicato dos Empregados no Comércio do Município de Marabá (Sindecomar) foi liberada para disputar as eleições de uma das maiores representações de classe da região sudeste do Pará. O pleito está marcado para 11 de fevereiro próximo, uma quinta-feira. Interventores de Belém e Marabá, que são membros da Federação dos Trabalhadores do Comércio dos Estados do Pará e Amapá (Fetracom), estão atuando como Junta Governativa Provisória há pouco mais de um mês e só deixam o cargo com a posse dos eleitos.
No veredito da desembargadora na última sexta-feira (22), prevaleceu o entendimento da parte autora dos embargos declaratórios (pedidos de solução de conflitos ao magistrado), qual seja a defesa da diretoria afastada, de que decisão anterior da própria Justiça do Trabalho “retirou da administração do sindicato toda uma diretoria legitimamente eleita e impôs uma junta governativa composta por pessoas estranhas e que sequer compõem a categoria”. O advogado de defesa é Marlon Farias Pereira.
Leia mais:Na vereda desse argumento, Sulamir Monassa de Almeida deliberou que a diretoria afastada tem o direito de registrar chapa para concorrer aos cargos do Sindecomar para o quadriênio 2021–2024: “(…) conheço e acolho em parte os embargos de declaração, para (…) dar efeito modificativo à decisão da 3ª VT de Marabá, determinando o exercício regular do direito de registro de chapa, para fim de participarem das eleições do SINDECOMAR, com a participação do ora impetrante, membros efetivos e suplentes da diretoria, se assim for do interesse destes, do processo eleitoral, com a fiscalização e participação do MPT”.
Com 28 anos de existência, o Sindecomar possui mais de 50 mil trabalhadores em sua base territorial. O pleito já se arrasta há mais de um ano, mas os filiados esperam agora o último capítulo da novela de enredo-sem-fim, que só terá final satisfatório com a eleição e posse de uma nova diretoria. Os atuais dirigentes do sindicato são José Marcos de Lima Araújo (de Belém), Dineia de Oliveira Capucho (Marabá) e Thiago de Castro Barbosa (Belém).
Diante da decisão da Justiça do Trabalho, devem concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente pela Chapa 1, respectivamente, Sheila Rodrigues Neves (ex-secretária-geral) e João Luís da Silva Barnabé (ex-presidente), que estiveram na sede do Grupo Correio de Comunicação para assegurar o registro da candidatura. Já pela Chapa 2, que tem conseguido articular apoio da categoria com o afastamento da antiga diretoria, disputam Márcio Alves de Jesus (presidente) e Tâmara Souza (vice-presidente). (Da Redação)